O GAROTO DA BOLHA DE PLÁSTICO

Conheci as performances de John Travolta graças ao seu inesquecível filme “Saturday Night Fevers”, filme lançado em 1977, auge da febre das Discotecas. A coreografia do filme inspirou muitos a balançar o esqueleto nas pistas.
Na esteira desse sucesso, o resgate de um outro drama, menos dançante. Trata-se da história de um caso real, envolvendo uma criança que nasceu sem imunidade.
O Rapaz da Bolha de Plástico é filme, só que para TV, lançado antes, 1976. A bolha, criada pela NASA, recebeu o 2o filho do casal e deu a ele chances que o 1o filho do casal não teve. Sobreviveu na bolha.
Foram necessários 45 anos para que a humanidade se visse diante desse desafio, para o qual estávamos tecnologicamente preparados, cientificamente conhecedores da existência das bactérias, visualizando vírus por meio de sistemas óticos e eletrônicos. Vendo coroas na capa de vírus, tudo mapeado.
Faltava avisar os charlatões. Neutralizar os falsos fazedores de milagres, cortar as unhas das garras da gananciosa indústria farmacêutica.
A luta que se apresentou para toda a humanidade, antecipada pelo ator e dançarino dos meus embalos de sábado pelas noites, vai continuar pelas madrugadas a dentro. As minhas a frente de máquinas que escrevem e falam, pulverizando as sessões de milagres dos canais de TV das madrugadas de falsários vendendo aquilo de que nunca foram donos, para uma população desesperada e empobrecida que aumenta em número e nas filas a cada dia.
A escritora Sarah Smarsh escreveu hoje sobre pessoas fadigadas e indignadas, com tantas perdas, “vidas, empregos, vivências, dinheiro, saúde física e mental”. E nos perguntou sobre o que faremos com toda a raiva acumulada nesse período.