PRATO PRINCIPAL: CEVICHE DO GUERRERO

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Foi numa conversa reservada com um amigo peruano, prestes a inaugurar seu restaurante no Brasil, que comecei a questiona-lo sobre qual a melhor maneira de aproximar culturalmente as pessoas desses dois países. Para ele, a comida era o caminho mais curto. Já sabendo da maravilha que é a culinária andina, apostava no resultado garantido, autoconfiança e aquela noção de que a excelência fala por si.
Como um bom advogado do diabo, acabei por lembra-lo que nem sempre ter o melhor é suficiente. Há um passo anterior a realizar, é preciso que as pessoas saibam que aquilo que você acredita ser o melhor existe. E para começar, um número muito reduzido de pessoas no Brasil conhecem os pratos do lado de lá, e quando o fazem acabam levando gato por lebre, muitas vezes com resultados desastrosos, deixando uma má impressão sobre os sabores do Peru.
Então, o desafio passava por duas questões básicas: dar acesso irrestrito, sem as barreiras de preço, gerando um produto do tipo “amostra quase grátis”, e construir uma ponte relacional entre as duas culturas.
Sabendo que o Baile dos Amigos, idealizado por Sergio Bylucas Brilhante e sua Trupe acontece no Bangu Atlético Clube, time de futebol com presença marcante, nesse que foi o bairro onde rolou a primeira bola de futebol no Brasil, e tendo em suas cores o vermelho e o branco, só restaram as certezas. No lugar de fantasias pesadas e típicas, com Lhamas e cobertores apropriados ao frio, a camisa da seleção peruana, de mesmas cores faria um casamento perfeito.
Compreendido isto, cabia selecionar os personagens para compor a cena. Então, da parte gastronômica o prato POP, o CEVICHE seria a opção principal, a um precinho de um galeto de padaria, de uma porção de pastéis. E na interação com o povo, algum jogador de apelo popular que chamasse atenção pela sua empatia com as torcidas de times brasileiros. Surgiu naturalmente o nome de Paolo Guerrero, conhecido e querido por todos daqui e de lá. Um jogador de técnica refinada, chute preciso e inteligência, que veste hoje as camisas de seu país e da nação rubro-negra.
Realizar para o Baile nesse carnaval, um prato em sua homenagem, o CEVICHE DO GUERRERO, foi o mínimo que pudemos fazer.
Sabendo de sua simpatia, não duvidamos que apareça na área para prestigiar o evento. Certamente que nossas aspirações já começaram a lhe enviar bons fluidos. Nessa noite em que o Urubu enfrentou o Galo, o artilheiro finalmente desencantou, com um primeiro gol daqueles que já coloco na galeria das pinturas do futebol. Com poucos contra muito mas em uma jogada de velocidade, prevaleceu a inteligência na movimentação e entrosamento, com finalização perfeita.
Nada melhor do que festejar o fim do jejum de gols, abrindo os serviços nesse pré-carnaval, experimentando uma das culinárias mais apreciadas do planeta. Considero indispensável a escalação de pelo menos duas peruanas, representando a torcida feminina pelo craque, que já tem nesse assunto passe fixo. Possui um bom gosto excepcional também nesse quesito, acostumado as belezas de seu lugar.

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