A BLACK FRIDAY E A PEGADINHA DA POLISHOP

CUIDADO COM A BLACK FRIDAY
Há uma lista de 78 sites não recomendados, feita pelo PROCON-SP. Mas e as lojas físicas? Bem, essas eu conto uma experiência pra você…

Foi numa Black Friday de 4 anos atrás. Decidi ver na prática, já ao final do dia, como estava na prática o BarrasShopping. E lá estava ele, na loja da Polishop: de R$ 800,00 por quase a metade do preço. Havia uma dúvida entre um blender Ninja, marca mais vendida nos EUA, ou o VIVA Smart Nutrition com copo de vidro e sistema a vácuo. Optei pelo menos conhecido por conta de um projeto para conservação de sucos por um período maior de tempo, evitando a oxidação do mesmo. No dia da compra, fiz uma live inserindo trechos gravados dessa compra e de outros eletrodomésticos. Adaptando o ditado, alegria de comprador dura pouco, a minha durou os vinte minutos da gravação.

A escolha, mesmo cercada de cuidados, se transformou num desastre, um pesadelo pelo qual nenhum consumidor deverá passar outra vez. Sabendo que os produtos da Polishop são importados e possuem a dificuldade da assistência técnica, aceitei a recomendação do vendedor e acrescentei o seguro terceirizado da Zurich, recomendada pela Polishop. Por uma falha de projeto do aparelho, a base que realiza o acoplamento com o motor tem a peça que recebe a carga do giro de plástico, pela robustez e preço do aparelho, em pouco tempo começou a vazar. Durante a pandemia os contatos ficaram bastante dificultados, as empresas em dificuldades, em especial a Polishop que é dependente de importações que sofreram impacto.

Quando finalmente consegui o contato, não havia assistência. Passaram a bola para a seguradora, que tirou o corpo fora, afirmando que meu CPF não constava no cadastro de segurados. E o contrato assinado na loja na mão não ajudou em nada. Seguiram a enrolação. Descontente com a situação, acionei a justiça, que emitiu uma decisão, no mínimo cínica, solicitando um laudo técnico a mim, dando a nítida impressão que nem haviam entendido a má fé dos envolvidos.

Não me dei por vencido, muito desconfiado da falha de projeto, pedi a uma pessoa que comprasse, já fora do período de pandemia, o mesmo blender. Algum tempo depois, o mesmo problema, o que em termos práticos, comprovava, pela recorrência do problema, uma falha de projeto, que exigiria inclusive uma ação de recall. Nada disso aconteceu, e por causa de um pequeno defeito, dois equipamentos caros, ficaram inutilizados.

Esse ano, diante desse impasse legal, moral e ético, num país sem lei, fui em busca de uma alternativa a garantia de meus direitos de consumidor, comprador. Retornei a loja da Barra onde o comprei, ainda havia um na prateleira, o vendedor me informou que seria possível comprar a base do mesmo, preços salgados. Entramos de imediato na loja, e produto aparecia como INDISPONÍVEL. Vim para casa, rodei por diversos sites, com as especificações, aprendi muito, mas somente hoje encontrei a base inteira, e não a peça defeituosa, está disponível para compra. Todavia, quase pelo preço do aparelho, uma verdadeira vergonha, que muitos chamariam de assalto, extorsão, prática cada vez mais comum no Brasil, a começar pelos impostos sem retorno compatível para a sociedade.

Fui a lojas físicas tradicionais em venda de peças, nada feito, a maioria só vende os copos que tal qual tela de celular, costumam quebrar. Resumindo, minha última Black Friday, parecia uma festa dos horrores em dia de Halloween daqueles bem pesados. Da próxima vez, vou convidar o Fred Kroger e o Frankenstein para me fazer companhia. Quem sabe assim, a Polishop e sua empresa terceirizada me respeitam?

A seguir transcrevo parte do atendimento desastroso da Zurich:
“1 – Comprei na Black Friday de novembro de 2019 o Liquidificador Blender da VIVA, a vácuo na POLISHOP. Como sabemos, a POLISHOP é inovadora, e traz seus produtos em sua maioria importados e com contratos de exclusividade. O ponto negativo é que se não forem duráveis, a manutenção é um risco transferido para o consumidor.
2 – Sabedor disso, adquiri uma apólice de seguro, oferecida no ato da compra, de uma parceira da POLISHOP, a Zurich. Paguei o equivalente a 1/5 do valor do produto, para uma GARANTIA DE 2 ANOS, após o exíguo período oferecido na garantia da POLISHOP de três meses. Me foi dito que se tratava de uma GARANTIA DE TROCA. Segundo a apólice que assinei, emitida pelo SISTEMA INTEGRADO no interior da Loja da POLISHOP da Barra da Tijuca, estaria protegido até 2022.
3 – No final do mês de janeiro de 2021, o equipamento de pouco uso e tratado com muito cuidado apresentou defeito. Inspecionei o Manual, onde normalmente se encontra a lista de assistência técnica para qualquer marca relevante no mercado brasileiro, e não havia nada. Procurei uma loja da POLISHOP e lá me foi dito que não havia uma lista nas lojas, que seria necessário ligar para o SAC.
4 – Localizei a NF-e e a Apólice, consultando os prazos, o assunto já seria tratado diretamente com a Seguradora Zurich. Informei meu CPF e número do Bilhete, quando fui surpreendido com a notícia de que eu não existia para o sistema da Seguradora. Ali já se caracterizava alguma falcatrua, dessas que exigem compliance ou uma auditoria mais profunda, uma vez que é impossível que um sistema emita uma ordem de pagamento, receba o valor de milhares de clientes e o cpf dos mesmos não existam. O atendente me fez informar item a item os dados de meu contrato. Após lhe comunicar meu espanto ao absurdo inaceitável, pedi a lista de Assistência Técnica, e o mesmo se negou a me dar, argumentando que somente após alguns dias de normalização da minha situação seria possível me atender. Em outras palavras A ZURICH ME IMPEDIU DE FORMA DOLOSA DE USAR MINHA APÓLICE, PAGA INTEGRALMENTE por ocasião da compra.”