A FORÇA DOS NÚMEROS E O BIG DATA

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Como é interessante a paisagem navegável pelo homem. Assisti as partidas do Golden State. É a ORACLE ARENA. Prá quem não sabe, a Oracle é a Toda-Poderosa no mundo dos Bancos de Dados. E qual seria então o SLOGAN do time californiano? “Strength in Numbers”.
Não quis traduzir tão literalmente a frase que dá ao Warriors a garantia de títulos por antecipação. Diferentemente de um Maracanaço em 1950, onde o melhor perdeu quando achou que era possível ganhar na véspera. Disputando um jogo que decidiria o título, são situações diferentes.
No campo das probabilidades, as chances de nascer um garoto ou uma garota é de 50% para cada. Mas se você tiver apenas alguns filhos, pode ser que saia dessa média e ganhe de presente de Deus um casal de filhas ou filhos. Comentava com o Marcelo Barros que a fórmula como os playoffs acontecem favorece dramaticamente a lógica estatística. Você jogar até sete partidas para saber quem é melhor ajuda muito aos matemáticos a terem razão. Não por acaso, o técnico do Golden State afirmou na entrevista que as decisões sobre os jogadores são uma questão de lógica.
Isso torna tudo muito diferente do que poderíamos imaginar num esporte coletivo qualquer. Dentro dessa lógica, o craque existe, mas nada está centrado nele. Olhe para o caso de Neymar e seu ego no time brasileiro e reflita sobre o mal que isso faz na cultura futebolística e evolução do nosso ambiente esportivo. Vai continuar tendo espaço para o gênio. Mas tem outras coisas envolvidas, até para o seu rendimento e construção de um time campeão.
Antes da partida começar, comecei a refletir sobre qual seria minha contribuição original para esses duelos entre Cleveland e Warriors. E essa frase começou a me martelar a cabeça, “força nos/em números” – strength in numbers – e visualizei um lugar que me deixou feliz, e quero compartilhar com amigos do esporte, da vida, do basquete.
Nós no Brasil somos primários em matéria de dados fidedignos, damos pelo contrário péssimos exemplos ao maquiar dados públicos ou privados. Mas isso é assunto de polícia. Só que requisito a futuras ambições. Nossa tradição é outra, Daní Dantas. E isso torna difícil a vida de quem for trabalhar com BIG DATA. Creio que o Marcos Cavalcanti pode dar os melhores exemplos sobre as piores práticas nesse campo.
Felizmente os dados que a comissão técnica do Warriors tem não foram “batizados”. Nesse momento ouço o ESPN recomendando ao Cleveland que se acerte assistindo os vídeos… Raciocínio furadíssimo do comentarista? Na minha humilde opinião, sim. Porque afirmo isso? Pelo simples fato de que a quantidade e qualidade de dados que podem ser cruzados entre si por um técnico extra-série, trabalhando ao lado da Oracle é INFINITO.
E por isso, você telespectador que não entendeu nada quando Leandrinho, Varejão e outros nomes “improváveis” entraram e construíram a diferença e a vitória, vai ficar procurando o segredo desse aproveitamento máximo que só o Warriors vem demonstrando ter. O resultado individual de um Curry ou de um Thompson, pontuadores habituados a ajudar nas vitórias com bolas de três, ficarem até o último momento zerados nesse quesito. Chega até a criar um constrangimento as estrelas da Cia. Ele deve pensar sobre como a sua marca patrocinadora analisará sua participação pífia – na realidade a que poderia ter sido a pior nos últimos dois anos.
É claro, há comando. Tem alguém ali, agenciando os milhares de interessados, egos e granas. Mas a utilização do BIG DATA da Oracle é um diferencial competitivo desses que em esportes com máquinas poderosas, como a F1, definem quem ganha, com as métricas de telemetria. Não tem jeito. O talento é a essência. Mas prá ser astronauta e ir a lua, sem ser poeta, só com a ajuda da NASA. E os atletas estão avançando tão irreversivelmente nessa viagem que são, ouso dizer, os próximos astronautas.
Ter das biometrias ao estágio de performance potencial de cada um na mão, faz jogar com todos, no detalhe. O Warriors provou isso hoje, tem provado isso na média de suas apresentações. O regulamento da competição foi feito para reduzir surpresas.

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