A Musa do Jogo

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Foi uma disputa difícil. Escolher a Musa do Jogo, naquela noite, no setor de cadeiras cativas, exigia uma revisão completa de critérios. Abandonar todos e seguir pela subjetividade, foi o que decidi. Afinal era a primeira vez que o Mosaico Esportivo ousaria associar-se ao belo no esporte, para além do simples conceito. Decidimos dar objetividade ao assunto, e simplesmente escolher, dentro do anonimato das frequentadoras do estádio, cada vez mais bonito. Há certas coisas que não podem faltar a uma civilização. O Brasil certamente não está destinado a ser a última potência de bárbaros, mas de gente que sabe ensinar ao mundo a mensagem da paz e do amor. O belo é uma tradução sucinta desses valores.

Quem sabe tenha nascido hoje, por conta das perdas narradas por um companheiro, que tinha em seu acervo lembranças de suas musas e viu, por descuido e azar, esses registros se perderem, ou melhor, ficarem guardadas apenas em sua memória, sem a nitidez e resolução das imagens digitais que proliferam. Que as musas que aqui se revelarão possam servir para diminuir a dor de sua perda.

Ao descer a ladeira das cadeiras cativas, cruzei com essa moça, que estampava um sorriso à altura da vitória merecida de seu time. Desceu praticamente desfilando. Ao chegar na plataforma do metrô, as portas esperaram para que ela entrasse, esperaram minutos para que eu preparasse a câmera e apontasse para um último adeus. Até a próxima, Cláudia, Musa do Jogo.

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