COMEÇA O AQUECIMENTO: AS MENINAS DO BASQUETE

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Foi um começo promissor. Ao chegar no primeiro evento-teste do ano em que teremos as Olimpíadas no Brasil encontrei no canteiro de obras o Mauro Teixeira e um amigo, que por lá está faz menos tempo que ele, que viu o lugar quando tudo ainda era só barro. Aquele carioca, de bem com a vida, de família mineira e bom de samba, ele começou sua vida profissional como ajudante e depois se tornou betoneiro. Nesse finalzinho das obras já comemora o fato de ser ajudante de meio-ambiente e de estar estudando para se formar em técnico de edificações.
O orgulho desse brasileiro em estar trabalhando na Construção daquele Pólo Olímpico é de arrepiar, como o foi ver as seleções do Brasil e da Austrália. Atualmente a segunda no ranking da FIBA (Federação Internacional de Basquete), entrou em quadra sem tomar conhecimento da seleção argentina, no jogo de abertura do Torneio. Fiquei impressionado com a diferença de altura e me chamou atenção as diferenças de biotipo entre os dois times.
Faz uma grande diferença no esporte hoje a obediência a uma biometria que acaba proporcionando aquela supremacia do corpo. Com três longas e muito altas, além de fortes e técnicas, ficou difícil encarar australianas como Rose Batkovic e Sara Blicavs.
A equipe do Brasil tem um alvo bem definido. Achei até mesmo em evolução. Mas deixou claro que pode surpreender, e nesse sentido pode ajudar muito a torcida. De longe, a peça-chave é a Erika Souza, pois com um giro muda o jogo de um lado para o outro, dando com generosidade as coadjuvantes de sua força, chances de pontuar. O que essa Iziane Castro faz de qualquer lugar e de qualquer jeito com a cesta é brincadeira. Pontuadora fácil e mortífera da linha dos três pontos, cria dinâmicas. Me agradou muito, principalmente no terceiro e quarto tempos, a Clarissa dos Santos. A Ramona Isabela também brilhou. E o time como um todo mostrou um equilíbrio que me agrada em esportes coletivos. Passo a acreditar mais do que quando vamos de uma só estrela.
O trabalho da equipe técnica, um destaque a parte. Quem cuida do aquecimento como essa turma, tem tudo para garantir uma longevidade para um grupo em ascensão. O placar de 114 para o Brasil contra os 41 da Venezuela poderia ter sido até mais elástico. Sem ter bola de cristal, para mim, a coisa se decide no domingo, no confronto entre Brasil e Austrália.
No sábado, por decisão do Comitê Organizador, a imprensa não estará por lá. Achei inusitado, para dizer o mínimo.

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