Foi no livro “Os Mitos de Uma Década” que o professor da PUC-RJ, Edmar Bacha, escreveu seu ensaio definitivo sobre o Brasil, a Fábula da Belíndia. A Editora era a Paz e Terra. O professor retratou o país como um lugar com padrões equivalentes ao da Bélgica de um lado e miserável como a Índia por outro. Depois disso, acabou fazendo parte da equipe que elaborou o Plano Real, a partir do meio acadêmico, utilizando forte interdisciplinaridade. Sua leitura do Brasil se soma a de outro expoente, Celso Furtado, cuja análise está fundamentada em outro período da Economia Brasileira.
Nesses últimos anos, não perdi o interesse por estudar Economia Internacional. Um país que me entristeceu assistir a decadência política, social e consequentemente econômica é o Líbano, que saiu de sua posição de relevância para viver a tragédia da Diáspora, levando o maior contingente de refugiados de um país destruído para a Europa e adjacências.
Quem Explodiu o Porto de Beirute?
Mais recentemente, o Afeganistão, com todo o seu atraso, atacado por potências imperialistas, inicialmente a União Soviética, seguida da ocupação pelos EUA – após o atentado de 11 de setembro – que acabou perdurando esses últimos 20 anos. Passa rápido, lá estava eu, num hotel de franquia francesa, proibido pelos organizadores brasileiros de lançar meu livro, “As Mil Faces da Liberdade na Internet”, no interior do evento – segundo eles, por questões de segurança – já que uma matéria com declarações minhas, publicada no Jornal do Brasil, desagradava os organizadores.
Fotografia de Victor J. Blue
Olhei para esses dois países, em situações bem delicadas, para dizer o mínimo, e de repente vi que a síntese entre eles faz lembrar um Brasil muito provável, reunindo o Líbano e o Talibã, que decidi chamar de LIBABÃ.
Daqui por diante, será necessário discorrer sobre as razões dessa fusão, para interpretar fatos, não apenas econômicos, da realidade brasileira contemporânea, que não me parecem muito promissores. Sem querer ser pessimista, mantendo esses que estão aí, enraizados faz mais de 40 anos, e sem qualquer tipo de movimento de qualidade para realização das mudanças de mentalidade e estruturais necessárias, comprometemos seriamente nosso potencial.