Um Universo de Apropriações Recriadas. Sob a forma de homenagens, preferências, vivências e influenciadores, o artista plástico Sergio Ricardo Brilhante, ou simplesmente Bylucas, realiza uma interferência no Planetário da Gávea, celebrando os 50 anos do espaço.

 

Bylucas. Todos o chamam assim. Assim como sua mãe, Nina, só os mais antigos sabem porque. Os afoitos desinformados, dirão que é por causa do nome da marca que ele criou. Nesse caso, o criativo recebeu uma bola nas costas, dos amigos que se profissionalizaram nos campos de futebol carioca, do América, Bangu, Vasco, Botafogo. Bom de bola mas eterno peladeiro, se parecia com um jogador do Campo Grande, time da Zona Oeste do Rio de Janeiro, dono de um enorme Estádio, o Ítalo Del Cima.

Chamamos de planeta, “um corpo astronômico que orbita em torno de uma estrela ou o que restou dela”. Os pioneiros dessa arte de observar o céu acreditavam que os planetas regiam a vida dos seres humanos, exercendo forte influência sobre seus destinos. Até hoje encontraremos expressões que bebem nessa fonte, como o título recente do livro de Nelson Motta, De Cu pra Lua. Há o caso de se falar, “esse tem estrela”.
Nossa pergunta a quem esteve presente nas atividades no campo artístico e cultural, nos lugares e coisas por onde o Bylucas circulou é: que Planeta é esse?
Ao termo darei outros sentidos, afinal, como imaginar um “planeta”, no sentido convencional, capaz de possuir gravidade zero e dois buracos negros, por exemplo. Apenas no campo das artes certas coisas acontecem. É desse território e substância que tratamos. Desobrigado a escrever tratados ou a unificar as teorias do campo da física, o Planeta Bylucas pratica suas preferências estéticas, reúne em torno de si as estrelas que bem entender, mistura campos magnéticos e raios gama, alfa e beta com o angu da baiana da Mocidade Independente de Padre Miguel. Não vê problema em ter nascido e sido criado num bairro de onde herdou o gosto pela moda, a partir da Fábrica de Tecidos Bangu – com seu cetim a partir do algodão do Seridó – o futebol das peladas, até chegar a tempos não tão auspiciosos de uma metrópole com a violência urbana que a acompanha e a emergência do Império dos Presídios.
Tais transformações não escapam as leituras que traduz nas composições que faz em roupas, quadros, espaços de entretenimento, nos encontros que reúnem milhares, nos agitos que balançam a roseira dos carnavais e outros bichos, dizem até que alguns alienígenas. Não poderia ser mais pertinente a presença do Planeta Bylucas no instante que o Planetário da Gávea celebra seu cinquentenário. Uma pitada criativa fará bem as conexões entre o céu e a terra.

 

 

Fã incontestável de artistas plásticos como Salvador Dali e Picasso, Bylucas faz do seu trabalho um painel de homenagens e releituras, cuja marca é o pop e a alegria.

Sua passagem pelo Planetário da Gávea será meteórica, mas não deixará de registrar a presença das estrelas de 1a grandeza da MPB, da qual é filho dileto e estudioso. A 1a Dama a chamar pro baile dessas Superstars, Elis Regina. O resto é surpresa e mistério, como o espaço e suas nebulosas…

 

Quer saber mais sobre esse caso de amor pela arte e cultura?

Vai lá no insta do portfolio do cara: @bylucasportfolio