A IMPORTÂNCIA DA ESTRATÉGIA NO FUTEBOL

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Até nas competições de nível mais alto, as condições para participação são iguais para todos. O regulamento garante que o que vale para um, vale para o outro. Assim, um gol é um gol, um lateral é um lateral, um chute com o pé não é um arremesso de mão. Vale para todos.
Mas se é assim que as coisas funcionam, porque uns times ganham e outros perdem. Regulamentos aplicados de forma homogênea deveriam produzir empates ao infinito no placar, tornando um jogo desinteressante, monótono como quer a Lei da Termodinâmica e os princípios da entropia da física?
Claro que não. Os times são o resultado de estratégias. As estratégias seguem em diferentes camadas, num processo de coordenação coletiva, que vai desde os dirigentes, passando pelos torcedores até chegar aos técnicos e jogadores.
Uma estratégia é sempre desenhada a partir da definição de objetivos, que podem seguir diferentes direções. Qual a melhor estratégia para não cair para a 2a divisão? Ou para ser campeão pelos próximos 4 anos? Ou simplesmente para ganhar uma determinada partida?
Nesse último caso, creio que o jogo entre Flamengo e Corinthians é uma aula de como um erro estratégico pode produzir resultados medíocres, sem que o seu idealizador seja necessariamente uma pessoa má. Mas é evidente que Cristovão não é (e muito dificilmente será, como a maioria dos técnicos brasileiros) um estrategista. Isso não retira dele algumas virtudes, mas compromete o alcance de seus projetos para alçar a galeria dos campeões. E nesse ponto, temos que enxergar uma distância abissal para Tite. Encontram-se em patamares nesse e em outros assuntos, bem distintos.
A estratégia já havia entrado em campo nos acordos feitos entre as duas diretorias, por ocasião da transferência de Sheik e Guerreiro. Numa negociação difícil, o Flamengo ganhou os jogadores, mas perdeu o direito de escalação dos mesmos contra o time que os vendeu. Nada a declarar, sabendo que o Flamengo jogaria já sem seus trunfos no ataque, que resultaram em uma melhora considerável na tabela e nas perspectivas de futuro para um time em crise. O Internacional em casa como a “primeira vítima” foi bom de ver.
Bem, mas dentro dessa situação, o que deveria ter feito o Flamengo? Tudo bem, jogo em casa, torcida empurrando o time, entusiasmo pelo resultado anterior… É, a turma preferiu adotar a filosofia do “me engana que eu gosto”. Uma completa inconsequência na avaliação de conjuntura para o jogo, Cristovão adotou a estratégia errada para enfrentar um time que tem no seu histórico, a defesa menos vazada do brasileirão.
Em outras palavras, o time de Tite, primeiro defende de forma consistente, depois contra-ataca. Cristovão deu o contra-ataque ao adversário, tudo que ele queria e aí, foi chocolate. As jogadas que resultaram em gols, não vemos nem em peladas. Era coisa de 3 atacantes em linha de passe contra 1 defensor. Inaceitável o posicionamento tático de uma defesa que já é fraca, em prrocesso de construção de um padrão de jogo, desentrosada do goleiro ao Wallace (time “B” do Corinthians). O péssimo disso, a decisão de Cristovão por jogar desprotegido, como fazia sistematicamente no Fluminense, tornou pior o que já era ruim, diante de um outro técnico que sabe exatamente como e o que fazer.
Os três gols foram pouco, talvez pelo respeito que o futebol moderno impõe, a quem está no comando. Em outros tempos, sairia por uma sacolada de seis ou sete, prá entrar na história. Lembrou muiuto o 7×1 recente do Brasil. Sem defesa, ninguém joga mais futebol profissionalmente no mundo. E o time rubro-negro, abdicou de ter uma estrutura consistente, a favor da aventura de uma tarde de inverno.
Bye bye Cristovão.

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