BRASIL, PERU, VENEZUELA E COLOMBIA: 2a RODADA NESSA ORDEM

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Ao final da 2a rodada da Copa América, a situação do grupo C deixou o Brasil e 1o, o Peru em 2o, a Venezuela em 3o e só aí a Colômbia em 4o. Logo depois, parei para assistir mais uma vez o jogo Brasil x Colômbia.
Já escrevi por aqui que a Colômbia ganhar do Brasil foi a resposta extrema necessária ao resultado extremo da rodada anterior contra o adversário que veio prá levar na cara de todo mundo, mas venceu o time de Falcão. Quase deu inquérito, e naquele país, que possui os maiores índices de violência das Américas, já deu até em morte. As vezes de um “jogador prometido”, noutras de um time inteiro. O bagulho já foi bem mais doido por aquelas bandas, mas a paixão as vezes se mistura com crime passional. Basta pesquisar o histórico.
As vezes tenho a impressão que a menor idade de alguns, inclusive mesmo de jogadores da própria seleção brasileira é um pouco alienada de aspectos que sempre estarão presentes no futebol, por mais civilizado que nós queiramos que ele venha a ser. Não fosse o Brasil ter salvo a honra desse time, temo pela melhor sorte de Peckerman e James, e pela evolução de um bom futebol, frente aos mais bárbaros, inclusive da imprensa, que por lá já estavam querendo o fígado de alguém, por conta de uma derrota “inadimissível” contra a inexpressiva Venezuela.
Nesse caso, um claro problema geopolítico, países vizinhos, de um lado Madeira, de outro Santos, filosofias políticas distintas e poderios assíncronos. Para se ter uma ideia, os dois países não realizam rodas de negócios entre si, pela alta probabilidade de que aconteça o calote, pela fama de maus pagadores dos desabastecidos de Caracas.
Recorrendo mais uma vez a história, sou de um tempo (não tão distante assim, 1999) que o Brasil de Ronaldinho Gaúcho, Amoroso, Rivaldo e Ronaldo “deixavam de 7” um time que para nós era de um país onde o esporte era o beisebol. Nada além. Desse fato, podemos ter a noção de como foi “acachapante” para os vizinhos bem rankeados da nova tabela da FIFA, perder para os adversários do Caribe. Passada a tormenta, nada como um Peru para normalizar as coisas em meio a conversas de lavadeiras. Muito papo furado. Futebol é feito de tanta coisa dentro de campo que nem vale a pena gastar caneta, papel e dedos para falar da obra como um todo. Tenho amigos que são verdadeiras enciclopédias, mas que se mantém calados diante de tanta asneira. Se recusam a lançar uma centelha de luz nessa escuridão precária de especulações insanas.
Vou repetir. Nesse momento, a Copa América não é a coisa mais importante para se preocupar. Testar jogadores, já que o nível é plano e experimentar um perfil mais físico de escolhas, um time mais “pesado”, no estilo aguerrido do sul do país, poderia ser interessante. Temos tantas possibilidades e arriscamos tão pouco quando poderíamos. Enquanto isso, taí o México e o seu time “B”.
Um Vidal que vem a competição, desfilar sua opulência e arrogância, alcoolizado, um Neymar que acaba de sair do céu para encarar o inferno do Ministério Público de Santos, um Guerreiro suspenso para o jogo contra a Colômbia. É prá isso que serve uma competição teste?
Olhando pelo lado pragmático, talvez o Flamengo saia no lucro, com a desclassificação do Peru, e a volta precoce do então artilheiro da última desta competição, legal até, mas que deve ter seu peso relativizado, a depender do nível em que se encontra o time em questão. No UFC, não é qualquer um que pode desafiar o dono do cinturão. O embaralhamento do ranking da FIFA ainda não mostrou seus melhores resultados para quem representa a reserva técnica do bom futebol, praticado pelas nações vitoriosas. Se querem democracia nisso, que introduzam então na forma de eleição a Presidente da entidade. E aí, assim como o Zico – Arthur Antunes Coimbra​, até eu quero me candidatar.
Essa noite, numa aula de sinceridade e malandragem, Edilson Capetinha disse uma frase que costumavam perguntar a ele, sempre antes do jogo: “você hoje vai jogar ou só entrar em campo?”. Com a quantidade de opções que o Brasil possui, poderíamos tranquilamente ser razoavelmente representados, com um time combativo, que não fosse a campo só para entrar. E isso pode ser que faça alguma diferença, no dia que percebermos que alguns jogadores jogam apenas para melhorar seus indicadores individuais. Para serem eternamente protagonistas e batedores de recordes. O caso de Lebron James no Cleveland, que acaba de perder para o Warriors é um bom exemplo de que o coletivo forte e bem equilibrado sempre vencerá um só gigante. Como dizia minha avó, “uma andorinha só não faz verão”… E é só por isso que domingo é Brasil.

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