FRASES E MITOS: A COPA AMÉRICA E O BRASIL

14556060701_04b638800e_k

Começo com uma certeza, apontada antes. Alguns estão a passeio, outros levando muito a sério.
Após uma extenuante temporada européia, repleta de êxitos e com várias marcas quebradas, não é razoável esperar nada além da presença. Uma Copa América onde o México manda time B, só poderia ser bem representada se o Brasil tomasse a corajosa decisão de só convocar jogadores em atividade no país e ao mesmo tempo interromper o Campeonato Brasileiro, por meio de uma reorganização do calendário. Isso nos traria muitas vantagens.
O jogo de ontem era de vida ou morte só para um dos times, no caso a Colômbia. Se perdesse estaria de fora, fato inaceitável num país que idolatra o futebol apenas no âmbito da sua seleção, já que a liga é considerada por eles mesmos, fraca. Mas quando se fala de país, aí, vestem até o cachorrinho, como Catalina Franco Gomez e Jaime Andres Castro Frohard, no jogo contra a Venezuela. Saíram frustrados, mas foram recompensados pelo êxito improvável mas desejado desde as última Copa. Era uma questão de honra nacional e a chapa realmente ficou quente.
Mas para o Brasil, aqui entre nós, prá quê esquentar a chapa? Entramos numa lógica errada, de valorizar o que não tem esse valor todo.
O que conta realmente é a Copa do Mundo e as Olimpíadas. E nesse caso, esse papo de ganhar Copa das Confederações e Copa América é até um “plus”, mas cabe o time “B”. Permitiria ao técnico do momento observar em competições internacionais jogadores locais e quebrar esse círculo vicioso onde só jogam os “europeus”. A Copa América está sendo jogada com um pouco mais de virilidade e não convém expor jogadores de perfil físico menos avantajado a esse campo de gladiadores. Escalar um time fisicamente mais forte poderia ser uma opção para enfrentar as arenas com sangue.
O Neymar é o que chamaríamos de “galo de briga”, garoto corajoso mas sem a carcaça para encarar “na mão” jogadores que usam o corpo para sobressair no futebol. Temos biotipos para todas as situações. Um time mais físico pode ser uma melhor opção em certas competições.
A arbitragem irrita as estrelas? Sim. Deixa caçarem sem amarelo os craques e dá amarelo para craques, sem fundamento, ainda por cima sob a pressão do time adversário, altamente influenciáveis. Foi assim no caso da espuma, que já havia mencionado em outro artigo, foi assim no lance da cabeçada dentro da área. O carrasco de Neymar na Copa, levou o pé na cabeça do jogador, interferindo faltosamente na conclusão do lance. No mínimo “pé alto”. O mesmo com Fred, que levou uma falta com visão 360 graus (qualquer um no estádio pode ver) e depois partiu para um tolo revide, que resultou na cobrança da falta do gol do acaso.
O gol mais feito, o Firmino perdeu. Passei a semana anterior ao início do Torneio estudando a bola NIKE da competição. A base tecnológica dela é totalmente diferente da bola da Champions. Não tive oportunidade de comprar para testar, mas os chutes produzem um resultado bem diferente. Não sei se o belíssimo lance do Quadrado entraria com uma bola que desse mais efeito de curva.
Especulações a parte, o time do Brasil que pressiona no ataque, com Tardelli, Firmino, Neymar, Coutinho, Douglas Costa é um time mais capaz de manter a bola sob pressão no campo de ataque. Gosto disso. E são todos velozes, mas não ainda furiosos. Nem precisam. As infiltrações resolvem e alguém vai aparecer livre botar dentro das redes.
Continuo a achando a bola parada da defesa brasileira a coisa mais frágil que temos. Não parei para pensar uma solução, mas me lembra o caso do Flamengo.
O futebol solidário dentro desse grupo ainda não existe. Nas funções que exerce ou exerceu, na seleção, no Santos ou no Barça, Neymar é o cara que recebe a bola para conduzir verticalmente e resolver sozinho. Um time de futebol não pode ser refém de uma única forma de jogar. Como lição, um Stephen Curry, campeão pelo Warriors na NBA. Se o time adversário aplicar sobre ele marcação dupla ou tripla, manda para um dos companheiros não marcados (sempre sobra um). Regra simples, não aplicada pela nossa seleção. Por três vezes (parecia replay), Neymar teve a chance de passar a bola para Fred, nitidamente mais bem colocado, até para uma tabelinha e não o fez, por puro e simples comportamento condicionado.
Há uma distância abissal entre o nível de Péckerman e Dunga. Entrevistei o treinador argentino da Colômbia, logo após o jogo contra o Uruguai na Copa do Mundo. O jogo antecedeu nossa vitória, mais que justa, sobre o time comandado por ele. Mas a sua leitura do futebol merecia no mínimo um convite dos amantes do talento e da tática, para que o mestre fizesse por aqui uma Clínica Aberta, um curso livre mesmo, com gente que quer aprender sobre como montar times. O considero um dos melhores técnicos em atividade no mundo do futebol. E está podendo mostrar isso num país onde esse esporte evolui a olhos vistos.
Foi bom para nós que a Colômbia se classificasse. Já estavam muito tensos, precisavam de uma vitória sobre nós, pesadelos acumulados, finalmente sublimados. Moças como essas, espalhadas aos milhares, mereciam sorrir. Afinal, a Miss Universo desse ano, também é de lá.
Veja mais imagens dessa torcida e time, no acervo do Flickr em:
https://www.flickr.com/…/145578…/in/album-72157645067243700/

Deixe um comentário