CHEGOU O DEZEMBRO, O DEZEMBRO CHEGOU

O ano de 2023 chegou ao seu último mês. Repetindo a tradição, que insiste em contrariar as afirmações que considero, se não aterrorizantes, porque não dizer terroristas, das igrejas que insistem em espalhar o medo pela via do fim do mundo, captando assim dinheiro dos incautos, na sacolinha e conversão de mais gente de boa fé e pouca educação. O sol continuará nascendo em 2024, o sol continuará se pondo no final da tarde, profecia fácil, a matemática aplicada a astronomia nos garante isso.

Obrigado Kepler, Copérnico e toda a legião!

Nesse dia 5 de dezembro, fiz uma playlist no Spotify, pra festa de aniversário da minha prima. Meio improvisada, sem rigor,  pesquisa ou maiores critérios. Atendeu com sobras a necessidade dos participantes, na ênfase ao samba, influência direta da cabrocha aniversariante, amante da Portela e botafoguense. Dessa vez, um ato ajudado pelo I.A., que errou pouco. Corrigi ao fim da festa os “desvios”. Como dizem que os algoritmos tem o poder de reaprender ao infinito, continuarei medindo. Por enquanto a taxa de desvios é muito alta para meus padrões de uso.

A proximidade do Dia Nacional do Samba, e a companhia de praticantes e frequentadores das rodas, bem mais conhecedores do que eu – Hélio da Cuíca e meu sobrinho Leonardo – obrigavam uma produção em tempo real. A reclamação sobre a ausência de um violão me obrigou a arregaçar as mangas e retirar da cartola um violão Eagle e um aparelho SP217 da marca Multilaser, fruto de uma viagem a São Paulo. A pilha foi encontrada na casa do vizinho. Isso é o que chamo de produção coletiva.

Se cinco anos pesam, imagine os 40 anos de estrada do Zeca Pagodinho, apresentados no Som Brasil sob o comando de Pedro Bial? Era impossível evitar que essa conjunção astral, não atuasse no meu subconsciente, trazendo a sonoridade que é marca de nosso país, e mais especificamente do lugar onde o samba nasceu, o Rio de Janeiro.

Esse dezembro chegou com tudo, queimando geral. E pra quem acha que os corpos carbonizados nas favelas cariocas são o estado mais calamitoso do ocidente, é porque nunca ouviram falar das piores gangues do mundo, como a do Haiti. Por lá, a capital de nome Santo Príncipe está com os dias contados, uma vez que a palavra santo está prestes a desaparecer do dicionário local, assim como a palavra amor, em não existe amor em SP, na voz de Criolo.