Do Car Free ao Carefree

Num trocadilho barato, o dia livre dos carros foi comemorado com pouca atenção da mídia, mais preocupada em desastres no mercado financeiro.

Mas a Marina deu ênfase a essa atitude. Ela come produtos naturais e defende uma atitude politicamente correta diante da vida. A proposição de vida santa para os mortais ultrapassa as iniciativas de mulheres honradas como Madre Teresa de Calcutá.

Marina foi mais longe no ano de 2010. Confrontando-se com modelos de desenvolvimento econômico defasados para o país, aos quais os que exercem o poder não tem como se desacoplar, ela demonstrou que era possível com sua votação expressiva. Contando com a ajuda de um vice do porte de um Presidente da NATURA. Logo depois multado de forma exemplar por biopirataria…

Nenhum exemplo é tão exemplar a ponto de não ir parar nas páginas das manchetes desmoralizadoras por causa de um boquete de duas prostitutas suíças, que cobraram uns 300 dólares para realizar a fantasia do nerd solitário, mas que podem receber muito mais para acusar o cliente e posarem de vítima. Foi assim com o pobre do Fenômeno, e olha que a extorsão nem envolvia assuntos de estado. Era coisa de mal profissional do sexo mesmo…

Mas a Marina e os sem-carro continuam juntos. Nas passeatas gays da Paulista, a afluência de espectadores que adoram dar uma fugidinha e ver o que anda se passando por ali, choca os que assistem pela TV os casos mais frequentes de homofobia. Ser ou não ser, eis a questão com que o aparelho repressor envolve a moralidade e o status de quem detem o poder. Felizmente os militares americanos vão doravante poder declarar sua homossexualidade. Isso é uma atitude de civilidade. Isolada, mas é. Só não combina com genocídios e massacres no oriente médio.

Os carros e as bicicletas não convivem juntos. Um polui o ar, o outro depende do ar para funcionar com os pulmões de seus donos. Não dá para pedalar na cortina de fumaça de poluição como a que vi em Bogotá periferia. É suicídio. Alguns até usam máscara. Mas já não combina com a proposta. Nos veículos motorizados, filtros de ar atenuam o problema de quem está assiduamente no trânsito.

O carefree está livre. O carro é liberado de impostos e o candidato do governo se reelege sem dar casas, institucionalizando a pobreza, a violência e a car nificina das oficinas da autolatina. Não tem mais lugar para eles, seja na política, seja nas estradas. Mas eles se reelegem. Enquanto os seringueiros e os seringais vão morrendo pelo caminho…

 

Vladimir Cavalcante

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