DOIS GOLEIROS DOIS DESTINOS

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Um Vasco X Botafogo jogado de forma contenciosa, como uma decisão sem vantagem exige. Os vencedores em potencial sabem que o primeiro golpe desferido com sucesso pode ser fatal num combate de equilíbrio.
Além disso, é bom não esquecer a proposta de jogo de cada treinador. De um lado, um Jorginho, caminhando friamente para entrar na história, a um passo da invencibilidade e do título. Qual a sua maneira de ver seu time em campo? Zerar o placar adversário, com duas fortes linhas de quatro, bem compactas, e apostar no erro adversário. E ele veio de quem menos se esperava. O goleiro Jefferson.
Já Silva, foi o melhor do Vasco. Isso dá uma ideia da superioridade alvinegra ao longo dos 90 minutos. Como frisou Marcelo Barros, antes do início do jogo, a partida anterior, que tirou do Botafogo a invencibilidade, foi injusta no placar. Essa talvez também tenha sido. Mas de injustiça em injustiça, vamos acabar tendo que chegar a uma conclusão antiga: futebol é gol.
Por mais que tenhamos visto uma postura tática muito mais vistosa aos olhos do Botafogo, ela não foi traduzida em bola na rede. O jogo de hoje deixou algumas certezas. Uma delas é a de que Jorginho não parece muito disposto a abrir mão da sua invencibilidade. E seus liderados seguem a cartilha, com uma aplicação que faz de um Jorge Henrique um segundo lateral, ao mesmo tempo que goleador que nunca foi. Essa põe na conta do arqueiro.
Quanto a Ribamar, revelação do campeonato, pode render mais, mesmo não sendo aquilo tudo. O problema é enfrentar Martins Silva. São dois goleiros que em condições normais não basta fazer o trivial. Em certos momentos do jogo, assisti lances de ataque que acreditaram poder vencer a última milha com um chute fraco e sem direção e de uma distância absurda.
O futebol brasileiro pode melhorar. A defasagem do modo de pensamento do atleta em campo, mesmo disciplinado taticamente, as vezes o faz esquecer que trata-se de um esporte coletivo, onde a solidariedade com o melhor colocado é uma vantagem muito grande para ser ignorada.
A vontade de garantir um protagonismo eterno e individual, um sonho. Mas dentro de campo, não somos nada sem os outros.

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