DRIBLE DA VACA E SISTEMAS DEFENSIVOS

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Foi assim mesmo. Sistemas defensivos fazem a diferença. Pelas laterais, com Uendel contundido logo no início do jogo, a improvisação de Edilson para a posição e o descuido numa bola estourada, deixaram num um contra um, o jogador do Inter chegar livre na linha de fundo e escolher com absoluta liberdade o que fazer. Uma falha de uma das defesas menos vazada do campeonato custou o pontinho do empate ao líder, mas nada que comprometa.
Em termos de intensidade e beleza do espetáculo, creio que Cruzeiro e Vasco fizeram um belo trabalho nessa rodada. O time mineiro, bem melhor do que o que se apresentou contra o Flamengo no Maracanã, deu trabalho, mas o Vasco também soube se portar como time de tradição. Como escreveu Marcelo Barros, “dá prá torcer”. E o goleiro vascaíno, embora fraco, nessa partida não chegou a comprometer.
Já o Fluminense, pegou a pedreira que é o Palmeiras, até com uma boa “primeira atitude”. Mas com Fred nitidamente acima do peso, descalibrado. Perdeu um gol feito antes do primeiro do Flu e depois foi o grande responsável pela reação do Palmeiras ao perder um penalti que poderia ter matado o jogo. Um time que esqueceu o futebol coletivo, com o habilidoso Gerson querendo fazer gol com chutes de fora da área no lugar da opção pela melhor jogada, assistência ao centro-avante tricolor melhor colocado, perdeu o jogo e o técnico, que já vai tarde. É aquilo, o que é bom é bom, e o que é ruim é ruim. E isso não tem relação com cor de pele, religião ou orientação sexual. Não poderia deixar de lembrar que a direitoria do Fluminense tem sido mestre em retardar decisões. Falta o tempo de resposta rápida, necessária na nossa realidade de turnover alto para técnicos. Já faz algumas rodadas que o caso das Laranjeiras pedia a troca do treinador. Aliás, num bom ambiente, nunca deveria ter sido contratado. São “jogadas” da cartolagem, essa mesma que prometeu trazer o Conca da China, com o time quase caindo para a segunda divisão, as vésperas das eleições. Até se reelegeu, mas não dá para dizer que a operação foi um sucesso para o time. Reeditar o passado com Magno Alves, Cícero e Conca, é jogar prá torcida e enquanto isso, o time desce mais alguns degraus para uma zona de incertezas. Nesse caso, o mergulho tem perfil kamikaze. Os dois primeiros gols do time paulista ninguém merece. Frutos de falhas em fundamentos defensivos. O terceiro com o furo do Antonio Carlos então, entra para a história do futebol. Ali a sacolada já estava encomendada, junto com o bilhete azul para Enderson, que bem deveria levar na barca mais alguns. Um jogo para servir de lição a quem pretende montar times consistentes. Porque senão, acaba virando mais um Bate, daquele que perdeu para o Bayern Leverkunsen, de quatro, com histórico de média de gols negativo de 24 na primeira rodada da Champions League. É preciso reinterpretar os termos de se jogar futebol contemporaneamente. As defesas de basquete estão aí, para nos ensinar. E a lição é óbvia: bobeou dançou.

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