SEM SHEIK, GUERREIRO, ALAN PATRICK…

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Há um cheiro de entrosamento no ar. A subida de rendimento do time do Flamengo vem de uma combinação de duas palavras: entrosamento e comprometimento. É claramente um time bem mais comprometido em sanar suas deficiências defensivas, ainda visíveis em lances como as estocadas chapecoenses pelo lado esquerdo da defesa e no penalti do atrapalhado Marcio Araujo. Certas deficiências aparecerão muito mais em jogos parelhos. Não foi o caso desse último confronto, pois desde o início do campeonato vejo times como a Chapecoense, Figueirense, Joinville entre outros como candidatos óbvios a uma segunda divisão. São bem mais fracos em termos de elenco e fator torcida. Isso numa competição pesada como a que estamos assistindo, faz a diferença.
O Vasco, não fosse a derrota boba, sofrida em pleno Maracanã, diante do Figueirense, estaria já mais próximo de escapar da degola. Tem torcida e time prá isso, e ainda acredito que na combinação de resultados e na soluão interna de suas peças e principalmente com a dupla Jorginho/Zinho, conhecedores das internas do futebol, a situação melhore ainda mais. O Vasco foi vítima de uma teoria que tenho sobre sequência de jogos, e que já vi se repetir muitas vezes. Jogando contra o Flamengo no meio de semana, o foco e a adrenalina todo dirigido ao grande adversário regional, aliado ao êxtase da vitória que o classificou para a próxima etapa da Copa do Brasil, acabou funcionando como componente desmobilizador de jogadores, torcida e até mesmo direção, frente ao “day after”. Na ressaca da festa, jogando em casa contra um adversário inferior, se deu mal por não ter mantido o mesmo grau de atenção que vimos no meio de semana. É natural que a dedicação dos atletas aconteça em jogos de maior visibilidade e contra times de maior expressão? Sim. Mesmo os mais experientes caem nessa cilada, onde até os empresários acabam participando com suas agendas de interesse pelo jogo que dá mais IBOPE para a valorização do jogador que gerencia.
Um Flamengo sem três jogadores tidos como titulares e que mantém o desempenho dos três pontos, em casa adversária pode significar muita coisa. Que existe um banco com peças de reposição, que permitem pensar variações táticas de menor impacto, manutenção de intensidade da curva ascendente pela constância de ritmos que o coletivo do time pode impor sob o comando do Samurai Oswaldo. Creio que há sinergias e uma incorporação do Jaime por detrás das cortinas trazendo um pouco daquela alma do time campeão da Copa do Brasil. Mas não vamos nos iludir. Contra times mais fortes, como foi o caso do Cruzeiro, uma bola e alguma sorte no início, ajudou a não ter que enfrentar barreiras maiores, num jogo onde não houve domínio. E a Chapecoense não se mostra aqui um adversário de força para se testar coisa alguma.
Vamos ver nos próximos cruzamentos de jogos, contra o líder, e no próprio confronto entre Vasco e Flamengo, como vai ser essa tensão, entre um que precisa ganhar a qualquer preço para permanecer no G-4 e o outro que precisa a qualquer custo ganhar para se manter na elite do futebol brasileiro, sem amargar uma segunda divisão. Creio que teremos muito mais emoção pela frente. Me parece que agora, mais cirúrgicos e sem arriscar, ter jogadores em campo na plenitude de suas formas está acontecendo, e os resultados são evidentes. Diferentemente do Fluminense, que acabou arriscando escalar quem ainda não estava na ponta dos cascos e acabou retardando o melhor aproveitamento de elenco por precipitação.

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