ENTRE MARIACHIS E A MEXICANA DE KUROSAWA

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O time do Tigres se preparou para vencer. Investiu o necessário, escolheu o que acreditava, aplicou na hora certa, tudo dentro do regulamento. Foi montando seu time pelo caminho, acrescentando peças nas últimas rodadas, quando já era mais provável alçar um título inédito.
Agora, temos uma equipe argentina que após 19 anos chega a final e a terceira mexicana a chegar a essa honraria, ainda que como convidada. É assim. O México não é exatamente um país com afinidades com o eixo da Libertadores ou com a Copa América. Terá quando a Copa América for dos norte-americanos. Ainda vai demorar.
Me causou impressão a beleza dos fogos de artifícios, coisa de quem sabe organizar um evento, celebrar uma vitória, dar alegria a sua legião de fãs. Donos de grande sensibilidade, me levaram essa noite ao Reveillon, ao Rock in Rio, a uma noite de alegrias. O calor também comandou a festa. Os erros do Internacional foram incompatíveis com a ambição de ser campeão. Já havia me decepcionado no jogo em casa, após um início intenso, caiu de produção e fez antecipar o fracasso, lá em casa mesmo.
Um placar elástico de três a zero não fazia jus as diferenças. Gostei muito mais da organização tática dos mexicanos, e era clara a intenção do vulcão azteca de jogar com coragem e pelas pontas. Muito diferentemente do Inter, que jogou capenga, só aproveitando o lado esquerdo com Sacha. Não foram poucas as jogadas onde faltava aquele cara aparecer pela direita, aberta, para receber, seguir um “um contra um” e cruzar ou finalizar. Coisa que os mexicanos cansaram de fazer, com inversões previsíveis comandadas pelo algoz Sobis, dono de uma boa precisão em passes. Encontrou por lá um jeito diferente de jogar e está funcionando bem. Parou com aquela mania dos tempos do Fluminense de pegar na bola e chutar prá gol, em busca de estatísticas…
A emoção, na Terra da maior civilização das Américas antes da invasão espanhola, só não foi maior do que a que tive ao contracenar com a Mexicana de Kurosawa. Uma Deusa que conheci numa dessas viagens no tempo, onde aparecem gueixas em busca de amor, ao sabor da música que domina parte da cultura hispano-americana, os lendários Mariachis. Arriba!

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