ÉPICOS DO FUTEBOL: O MELHOR CLÁSSICO

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O empate lhe bastava. Mas o Vasco não jogou por ele. Essas promessas de “iniciantes”, mal orientados e sem a história na mão, viram quase sempre arma nas mãos do adversário. O pífio Guerreiro entrou para pagar o mico de falar mais do que devia e sair como se recebendo um castigo lá de cima.
A partida tinha já de entrada, duas apostas: a de que a defesa do Flamengo, mesmo diante de times medíocres, sempre há de levar um a dois gols; e que o preço dessas promessas atiçam qualquer oponente, quanto mais a maior rivalidade regional do Brasil.
Um jogo melhor, que perdeu em qualidade por parte do Flamengo, com a saída impensada de Guerreiro e de um Ederson, substituídos por uma linha de coadjuvantes sem o mesmo brilho, apenas mais velozes, sem poder de finalização. O rubro-negro confiante e que asfixiou o time vascaíno foi dando lugar a um time de correria, que pouco a pouco ia perdendo o mando do meio-campo, até permitir a chegada ao ataque do Vasco. E no caso, qualquer ataque é sinônimo de risco. Uma defesa sem estrutura, sem espinha dorsal, dessas que continuam saindo no chutão, forçando assim a um jogo previsível de defesa contra a ataque.
Uma hora vaza. E vazou. Brilhou a estrela de Jorginho, que poderia ter saído engolido desse segundo confronto, mas colocou em cena o garoto, que para mim, nunca deveria ter saído do time principal, pelo campeonato carioca que fez, em momentos decisivos. Foi dele o gol que deu ao cruzmaltino o direito de avançar para a próxima fase. Merecidamente, diga-se de passagem.
Uma defesa como a do Flamengo, onde um jogador de tamanho pequeno cabeceia na altura da grama, sozinho, sem ninguém na marcação de uma bola parada, tem que voltar para a escolinha do professor Flávio Trivella. É triste ter que demarcar tantas vezes o mesmo assunto, martelar a fissura, repetir a chatice. Mas Darcy Ribeiro afirmava que é parte da pedagogia, o ato da repetição. Me perdoem aqui os amigos, Iata Anderson, Marcelo Barros, Marco Palito, Edison Viana, João Oliveira, Joao David, Sergio Bylucas Brilhante, Daniel Avelino, Cesar Goncalves, Gonçalo Luiz Ribeiro, pela repetição sobre o quadro de penúria de times sem uma estrutura defensiva consistente. Salvou um pouco a volta do goleiro flamenguista, que vale por todo o conjunto da obra.
Gostei da merda do Sheik. Não pelo que ela representa, mas sim pelo que ela provoca. Ele sabe jogar prá platéia e tem culhão para enfrentar as admoestações de um sistema de censura explícito, instaurado nas páginas de folhetins. Aqui o valor de sua intervenção no espetáculo tenha valido mais pela liberdade expressiva, sem qualquer consequência maior, se olharmos para o conteúdo que circula livremente nos smartphones dos adolescentes em 2015. É fato que a televisão, seus textos cheirando a pó e suas repreensões babacóides só podem acabar em estagnação de audiência.
Chega de falso moralismo na comunicação humana e de discursos estéreis comprometendo o retrato da realidade que até um cego pode ver.
É livre, pensar, escrever e se expressar. Que cada um tenha a coragem de carregar o fardo de suas convições com dignidade.

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