ERRATA AO GLOBOESPORTE: FLAMENGO X VASCO

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É muito ruim quando mesmo tardiamente o texto não espelha o tamanho do problema. Parece que só agora os manés, que acompanham futebol todos os dias e ganham relativamente bem para fazer isso, chegaram a “brilhante conclusão” de que a defesa do Flamengo é uma “peneira furada”.
Nos últimos dois meses tenho alertado não só sobre a deficiência defensiva flamenguista, mas dos times cariocas em geral. Defesas fracas. E o diagnóstico não é recente, pois no caso rubro-negro, data da era R10! Então também não é algo nascido na terra da diretoria chamada de os “Smurf’s” por alguns sócios de importância no clube da Gávea. Como diaria Leonel Brizola, “a coisa vem de longe”…
Gostei do Oswaldo, ao colocar o dedo nessa ferida, e dizer que não se trata de um problema de treinamento, mas de “atitude”. Quem tiver oportunidade de olhar o desenrolar completo da jogada do gol do Vasco, utilizando as dezenas de câmeras disponíveis, analisando friamente verá que:
1 – O Pará ficou refém de um veloz, que entrou para despachar ele, com macumba e tudo, prás cucuias, sem cobertura. Isso porque o Flamengo GANHAVA O JOGO. Creio que aqui, falha do técnico. É claro que o lateral correu muito, mas nesse final de partida, já não tinha o gás para pegar na cauda do amuleto vascaíno, bem escolhido por Jorginho, “na hora certa”. Oswaldo deu mole, no tempo de resposta a substituição feita pelo técnico vascaíno. A falta, inevitável? O amarelo, mais que justo.
2 – A falta não foi batida rapidamente. O que significa que deu TODO O TEMPO DO MUNDO, para arrumar a casa e posicionar cada um no seu quadrado. Mas o Flamengo pode encher com 200 jogadores sua pequena e grande áreas que isso não adiantará NADA.
3 – Olhando pela câmera por detrás do gol, vemos o autor do gol se deslocar, em velocidade. Na marcação homem a homem (básico no futebol e nas bolas paradas), estava Marcelo Cirino, alto, rápido, substituto e com gás. Cansado de não fazer nada, frequentador das rodas de amigos, acomodado, creio que se viu em outro jogo, cochilou ali, comeu aquela mosca. Ficou simplesmente “olhando a jogada”, como se fosse um dos torcedores da arquibancada, ou o amigo Daniel Avelino com seu filho aniversariante no Maracanã Mais.
É dessa verdadeira “zona de conforto” que os técnicos que passarem pela Gávea devem retirar seus atletas. Não basta ter intensidade e velocidade com a bola no pé. Tem algo no futebol brasileiro que precisa ser reinventado, e essa coisa não combina com uma suposta superioridade técnica, que na prática não combina com títulos e gols, mas principalmente com uma defesa sólida que garanta os resultados.
Futebol se ganha nos detalhes. Essa resenha, escrevi cada capítulo nos últimos meses. Me parece que agora, ao virar lugar comum, poderei descansar? Creio que não. O diagnóstico continua capenga. Jogadores de baixa estatura na defesa, só em caráter excepcional. Não é o caso da turma do Pokemon e etc.
Olhem para o baile que o Brasil tomou, quando caiu de 7. A defesa alemã, que vi de perto nas entrevistas, altíssima, arma destrutiva defensiva, opção de gol nas bolas paradas. Porque abriremos mão disso? Porque nossos atletas mais altos estão indo para o volei? Não é verdade, sempre tivemos tradição com zagueiros mais altos, e técnicos.
Um Samir me dizendo “temos que melhorar”, sinceramente é assinatura de banco ou transferência. Será que só agora ele viu isso! Como lateral ainda poderia se salvar, mesmo sem velocidade, com alguém na cobertura. Como zagueiro, tem que pedir licença prá sair e ir embora. Boa praça, educado, do bem, acredito. Mas não tem vaga num time de ponta como o Flamengo, a não ser por razões misteriosas do agenciamento do futebol no clube. E isso precisa mudar urgentemente.

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