Filosofia do ócio é dos mais Rápidos

Há os que ainda acreditam que a labuta cotidiana gera os melhores resultados. Usain Bolt contrariou essa crença, ao dizer: “Eu nunca tomo café da manhã. Gosto de acordar lá pelas 11h, vejo televisão e como uns nuggets. Depois volto para o meu quarto e durmo mais umas 3 horas. Aí como mais uns nuggets e saio para a prova.”

Esse cara que corre rindo dos outros é alguma coisa para pensarmos sobre a vida dura dos dedicados e sofredores na luta competitiva pelos melhores resultados e os que vivem do talento inato. Como é diferente ver um talentoso na palco, na passarela ou nas arenas desportivas. Eles normalmente sobram. E ao sobrarem deixam uma dúvida sobre o que devemos fazer de nossas vidas.

Sofrer para tentar ser como eles, lançando-se a projetos suicidas de beleza e desempenho, incompatíveis com a nossa capacidade, ou simplesmente “rodar” dentro das nossas capacidades, de acordo com a especificação do manual vida  que recebemos ao nascer. Eis a questão.

Essa história de superação de limites vai ter que ser repensada depois que o “saci de duas pernas” ao invés de correr, resolveu inaugurar uma nova modalidade no atletismo: corrida voadora sobre sapatilhas douradas. Seria Bolt a reencarnação de Perseu, com suas sandálias aladas?

Sua rapidez fascina, menos pelo tempo alcançado e muito mais pela facilidade com que chega a ela. A simplicidade no ato pertence aos que já nasceram talhados para desempenhar o papel de semi-deuses. E nesse caso, ele come nuggets.

Fiquei me perguntando se o efeito dos anabolizantes aplicados nas aves utilizadas nesse tipo de refeição teriam algum efeito sobre o metabolismo de Bolt. Afinal, a galinha caipira precisa de meses para atingir o ponto de abate que um frango alimentado com todos os aminoácidos nas rações alcança em apenas 60 dias.

Não obstante todos essas perplexidades, acredito em população mutante, assisto X-Man desde pequeno e tenho certeza que Usain Bolt será recrutado pelo Dr. Xavier. As revoluções decorrem de processos mutagênicos, muitas vezes não rastreáveis.

Congratulações olímpicas à Domênico de Massi, pelo belo livro, “O Ócio Criativo”, que deve ter sido inspirado nos rastafaris da Jamaica que levam a vantagem de competir se divertindo após gozarem dos que lutam para competir até a morte.

Vladimir Cavalcante New Executive Officer – AREEVOL

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