Vantagens do Cinema 100% Digital

Assistia ao canal Brasil, às conversas de Paulo César Pereio com gente do mundo da fotografia no cinema. Num certo momento ficou patente que o poder daqueles que usavam orçamentos altos, onde para cada 4 minutos de película eram necessários 1.600 reais, passaram a concorrer com o mundo digital. Neste último, para gravar uma hora são necessários 20 reais.

Uma hora, 60 minutos, representariam em termos econômicos para a produção em película cerca de 12 vezes 1.600 reais. O que significa produzir ao custo de 18.200 reais um filme em película de uma hora. Ninguém em estado de consciência normal gastaria 1.820 vezes a mais para fazer a mesma coisa. Por razões principalmente econômicas, a fotografia do cinema foi digitalizada.

E desse modo, nasceu um novo mercado de produção audio-visual. O que antes era um privilégio de uma elite com alta formação e qualificação para aproveitamento dos recursos – ou pelo menos deveria ser – acabou se tornando um lugar onde qualquer um pode fazer. Para além da visão glauberiana, “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”, a tecnologia digital, para o bem ou para o mal, na Terra do Sol, acabou por decretar o fim de uma forma de produção e o controle de uma estética restrita apenas aos inseridos nas relações comerciais de mercado.

Hoje, um simples assalariado pode com seus recursos fazer uso de uma fita, se qualificar e produzir uma bela fotografia para o cinema. No entanto a possibilidade não obriga necessariamente ao alcance de resultados de melhor nível técnico ou estético. Conceitos como enquadramento da fotografia entre outros, continuam sendo cruciais para se realizar um bom filme. Isso a economia não resolve. A massificação do acesso não garante a massificação da qualidade de produção. Ao contrário, torna sua presença até mesmo dispensável.

Afinal, do ponto de vista econômico, somos muito mais criteriosos para gastar 18.000 reais do que para usar 20 reais na compra de material para registro. E essa pressão de seleção do passado, ao deixar de existir nos leva a um momento intermediário que nivela por baixo o total de filmes produzidos. Produzir mais não é necessariamente o mesmo que produzir melhor.

Mas a revolução digital da fotografia no cinema é inevitável e nos reserva mais surpresas para um futuro próximo. Na parte seguinte, tratarei dos aspectos relacionados a finalização e distribuição em meios digitais do cinema 100% digital, para o qual a AREEVOL dedica 100% de sua energia.

Vladimir Cavalcante – New Executive Officer – AREEVOL

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