FIRMINO: O SÉRIE B CLASSE A

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Longe de ser a seleção dos sonhos, ela faz com que elas sonhem. Sonhem com um Brasil cada vez melhor. O gol de Firmino contra a Venezuela foi uma obra de arte. A conclusão me lembrou na hora o Romário e sua delicadeza, arte até, no trato com a bola. Firmino tem essa condição. Pode se tornar um jogador decisivo dentro da área e porque não, fora dela. A jogada realizada pelo time como um todo, uma aula de futebol. Inversões de jogadas, triangulações rápidas, escapada com apenas um simples jogo de corpo do William e um cruzamento açucarado de trivela, que alguns chamam de “três dedos”. Nenhum time do mundo dispõe de jogadores com a soma da condição técnica para construir um gol desse nível.
O cabra é alagoano, jogou pelo CRB, passou pelo Figueirense e nunca foi visto em palcos de decisão do Campeonato Brasileiro. Grandes não precisam de camisa. É só sair por aí, nos campos de várzea e ver como se encontram talentos, no Rio de Janeiro, por exemplo. Faltará na nossa realidade de peladas e times menores, as noções táticas, que ganham jogos. Aí a Europa pode ser um bom lugar para se aprender alguma coisa.
Um bom exemplo para uma cartolagem muito guiada pelo caminho antigo, da compra de jogador de grife, em processo de decadência e sem condições de funcionar como um ativo em “valuation”, para negócios futuros. O São Paulo faz isso bem, o Internacional também. Há uma defasagem entre a realidade atual do futebol, suas oportunidades e um certo descompasso dos cartolas, que com pires na mão, jogam para a torcida, fazem a festa das contratações e depois amargam a insustentabilidade.
O gol perdido não justifica uma crucificação. Erra quem faz.

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