LEITURA DO JOGO: BRASIL E VENEZUELA

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CENA 1 – O Brasil ganhando por 2 a 0 da seleção de um pais cujo esporte mais jogado é o beisebol. O país dos 7 x 1 (prá gente). Três jogadores pendurados com cartão amarelo, perigando não jogar as quartas de final, com o Neymar praticamente já descartado da competição, e Dunga reclamando dos seis desfalques.
CENA 2 – O que impede um técnico minimamente habilitado de não substituir?
Qualquer técnico amador de basquete, na terceira falta, automaticamente retira de quadra um jogador importante já na terceira falta, poupando-o para os tempos finais do jogo, ou seja, para a hora decisiva. Falta massa cinzenta nas decisões sobre a parte dentro de campo.
A ultima vez que vi o Brasil ser prejudicado por coisas como essas, foi exatamente com Dunga, no jogo contra a Costa do Marfim. Dunga nao aprendeu. Tempo de resposta fraco, não aprendeu ao perder o melhor da Copa, Elano, naquela contusão tosca de um time sem desportiva que começou a meter o sarrafo diante de um Brasil que sobrava em campo. O Kaká também foi vítima, numa expulsão boba. Ai, entrou o Felipe Mello, de trapalhão com o Júlio Cesar no primeiro gol bobo e aquele pisão desnecessário no craque holandes, um dos melhores que já vi jogar, e deu no que deu contra a Holanda…
Olhando para a curtíssima trajetória do Dunga como técnico, vejo virtudes e limitações. Tem se mostrado um técnico aguerrido, desses que “entram em campo com o jogador”, extremamente competitivo, e isso é muito bom. Mas tem seu lado ruim. As vezes, o jogo poderia ser mais técnico e controlado, e muitas vezes deixa de ser pela influência que a atitude e personalidade do seu treinador acaba imprimindo ao grupo.
Parte da agressividade que vejo em Neymar, por exemplo é consequência dessa atmosfera, de pouca fluência e muito combate.
A seleção em que Dunga se sagrou campeã não era exatamente feita de guerreiros, mas sim de craques apoiados por combativos. Cada um na sua. Por outro lado, o mau humorado técnico brasileiro não dispõe de inteligência tática para lidar com as raposas estrategistas com padrão de jogo bem definido e com leituras atualizadas sobre como neutralizar um adversário no decorrer de uma partida. Seria bom para o Brasil que o nosso técnico se dedicasse mais aos seus pontos fracos, e encontrasse uma dose de equilíbrio de melhor rendimento para um time, que ele e sua equipe sabem escolher, sem muita dificuldade.
Ponto muito positivo, certa feita comentado em nosso Programa, Mosaico Esportivo, por Luiz Felippe Reis, é que ele acompanha dedicadamente os “europeus”, tem um ótimo mapa de performance e até se transformou num revelador de talentos para a maioria da populacão torcedora, leiga no assunto, quando viramos a página do continente. Assistir e acompanhar os jogos dos grandes centros econômicos do futebol mundial é um privilégio dos que tem TV por assinatura.
Continuo defendendo a tese de que Dunga deveria aproveitar a Copa América como uma fase preparatória para testar jogadores com bom aproveitamento no Campeonato Brasileiro, e já de uma vez mudarmos o calendário para que essa competição não acontecesse durante o período, já que a Copa do Brasil e a Libertadores já estão resolvidos nesse aspecto.
Dessa forma, o Brasil daria o repouso merecido aos jogadores que na Europa terminaram a temporada e assim poderiam vir melhor preparados para as eliminatórias e também avaliar os que por aqui tenham potencial para aproveitamente presente, pela fase, ou futuro, enquanto promessa que possa ganhar bagagem internacional na festa da faca nos dentes, eventualmente até arrancando um.

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