FLAMENGO: MELHOR SEM TRÊS TITULARES

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Uma equipe que parece se acertar, do goleiro ao décimo-segundo jogador. Não que possa garantir a consistência em caso de enfrentar adversários com poder ofensivo de mais qualidade, ou defesas melhor estruturadas. Mas já dá para sentir o gostinho de um corpo em formação. E por favor, quando falar em levar gols, não esqueçam do Samir. Quase todos acabam caindo na sua conta, sei lá por que cargas d’água.
Como o amigo Marcelo Barros​ pontuou, não de agora, a figura do Paulo Vitor dá a defesa rubro-negra um pouquinho mais de segurança. Mas não é tanto assim também não. Sem torcida e fora de casa, com adversários com capacidade de exercer maior pressão, ela vai continuar pifando. E por razões que já conhecemos. Não cabe aqui repetir.
Os três titulares que não jogaram não fizeram diferença, diante de times um “degrau abaixo”, na escala de competitivos. Pode ser que Guerreiro, Edérson e Jorge o façam em momentos de maior peleja. Por enquanto foi feliz ver a desenvoltura de Kayke, que como afirmei a Pedro Framback​, fez, faz e poderá fazer a diferença, com ou sem uma estrela por perto. O garoto tem cheiro de gol, e sabe jogar numa linha de passe, (conceito que usei no jogo Argentina e Paraguai, quando a linha de ataque do time de Messi engoliu na Copa América o outro time). Há momentos que o Flamengo aparece com quatro a seis jogadores praticamente dentro da grande área adversária, trocando passes com uma harmonia promissora. E o Kayke encaixa bem nessa proposição de jogo, pois exerceria a função de finalizador, apesar de ter mostrado competência na linha de passe ao dar duas assistências, das quais uma o Paulinho conferiu em gol. É bom dizer que numa linha de passe boa, qualquer um dos quatro atacantes tem capacidade técnica de fazer gols. Mas não são os quatro necessariamente goleadores em mesma proporção. Veja o caso do Sheik, que considero o atleta mais vital ao Flamengo. Sempre realizou seus gols, decisivos até, responsáveis pela conquista de títulos. É uma característica sua. Mas nunca figurará na lista de artilheiros de um campeonato, porque exerce em campo muitas outras funções, dada a sua capacidade atlética e precisão de passe, combate, etc. Tem outros interesses em participação numa partida de futebol.
A tola expulsão de Éverton já no finalzinho da partida era desnecessária. Dono do motor de retomada de contra-ataque do time, ele fará falta contra o Cruzeiro. Encontrou o melhor lugar para jogar, sendo mais útil longe das tentativas de fazer gols, o que não é a sua praia.
Fiquei muito curioso para saber o que teria levado Oswaldo a escalar Paulinho na substituição de Armero. Me lembrei da sabedoria de Jaime, nos dias em que o técnico hoje aliado levou um baile ao deixar seu lateral exposto ao ridículo de uma roda montada contra o Botafogo, na época. Apesar de suas limitações como finalizador, Paulinho dribla com facilidade, arranca como poucos velocistas e já deu mostras que pode, numa situação específica de jogo, cumprir com disciplina uma função mais defensiva, desde que apoiado com a cobertura de um Jonas ou Márcio Araújo.
Coube ao Fluminense estar sempre próximo. Próximo de tentar o empate. Mas nesse caso, se expondo mais a um time que pode ir sempre bem quando sair na frente do placar.
Me interessa saber o que acontecerá com essa formação e qual será a consequência para uma defesa a meu ver fraca, quando o placar for desfavorável. Uma curiosidade que cedo ou tarde acabará sendo saciada. Talvez já na próxima partida, já que com o mando de campo, o Flamengo vai sempre prá “cima deles”.
Em tempos de Clássicos, retomo a defesa da invasão da beleza nos estádios. A monotonia se aplaca, a alma vibra na certeza de que dias melhores virão.

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