TRIO RUBRO-NEGRO NO TREM MAIS ANIMADO DO MUNDO

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Estávamos em Bangu, na casa de Sergio Bylucas Brilhante, quando apareceu um amigo do carnaval, Claudio Penido, morador faz mais de 15 anos da Suíça, país-sede da FIFA. Essa figura que vem se dedicando a levar a imagem do Brasil por meio de intercâmbio cultural para Zurique, e adjacências, faz por lá suas peripécias de carnaval e veio para levar talentos e trocar experiências entre as duas culturas.
Mas havia uma lacuna em sua experiência como idealizador da MAIS BRASIL. Apesar de muito ligado as nossas raízes, não tem grande afinidade com futebol e nunca havia ido ao Maracanã. Quatro horas antes do jogo que marcaria a entrada no G-4 do Flamengo, ganhando do Cruzeiro, os filhos de Bylucas, Pedro Framback , Matheus e Lucas ligam e convocam o ex-craque das peladas do bairro mais quente do Rio para ir ao Maraca. Havia sobrado um ingresso de 10 reais, desses que todo mundo quer ter! Afinal o jogo tinha gostinho de decisão. Decidido a ir, faltava resolver como obter mais um para que pudesse voltar a pisar no templo do futebol. Como sempre acredito que tudo se resolve, até quando nada é resolvido, fixei a ideia de ir ao Maraca, mesmo que fosse para ficar na porta, sentindo a energia, conversando com as pessoas, entendendo o momento atual.
Não pude esquecer do amigo Claudinho e resolvi que ele não poderia deixar passar essa oportunidade, antes de sua volta daqui a três dias para seu atual país. Ficou em dúvida, mas ao final, seu espírito aventureiro prevaleceu e ele aceitou nos acompanhar. Ambos queriam ir de carro. Mas defendi a ideia de que se quiséssemos ser coerentes com a visão de um MAIS BRASIL, prá valer, e não da boca para fora, seria importante vivenciar o Brasil REAL, indo e voltando de trem. Rolaram algumas apreensões, mas no final, todos embarcamos na mesma ideia.
Já pelo caminho, algumas tomadas de estações que daqui a um pouco serão utilizadas para chegada nos equipamentos esportivos para a realização de diversas modalidades dos Jogos Olímpicos RIO 2016. Fui apresentando, Magalhães Bastos e as obras em andamento da Transolímpica, a estação da Vila Militar e o seu Quartel General, falando da equitação, etc, etc. Claudinho Penido tem na linhagem o tino para fazer mídia. E aproveitei ao máximo essa capacidade e o seu francês.
Chegando no Maracanã, uma história para conseguir ingressos, a bilheteria com dificuldades para passar um cartão da Caixa Econômica Federal, pelo simples fato de que a bandeira era da ELO. E isso porque o Campeonato Brasileiro TEM A ELO COMO ANUNCIANTE, nas placas que vi e fotografei nesse mesmo jogo. Coisas de Brasil, com as quais os organizadores do futebol em Zurique não concordariam, soa ridículo.
Imaginem minha situação, tentando comprar ingressos, para uma pessoa que vem da Suíça, é convidada a assistir uma partida de futebol pela primeira vez, sai de sua casa numa aventura as 8 da noite para voltar de trem para casa as 2 da manhã, e não consegue entrar porque a máquina não passa a bandeira de seu cartão. Foi quase uma tragédia surreal, que certamente será incorporada ao meu livro sobre ingressos. Tivemos sorte, a mão de Deus atuou, meu plano “A” funcionou e conseguimos entrar.
Lá dentro, um espetáculo de um bom nível técnico e um ótimo show de emoção da torcida rubro-negra, que sempre que é prestigiada com ingressos a preços acessíveis, chega junto. As diretorias de clubes de massa do Brasil precisam compreender isso, e rever junto com os inexperientes concessionários seus modelos de negócio. Ainda tem muito lugar vazio nos estádios e gente querendo entrar. Basta fazer a coisa certa, a começar com os turistas como Claudinho, que saiu com uma péssima impressão ao saber que entraria e seu lugar não estava marcado e que ele arriscaria assistir de pé. Mais uma vez demos sorte.
O Flamengo ganhou, a cobertura jornalística do jogo, se cumpriu a contento, com uma frieza que não combina com o calor que recebi nas torcidas e com a beleza dos gols. Estou decepcionado com o estilo descritivo dos nossos dissecadores do futebol, atuando no setor e até com a emoção das narrações, em especial dos gols, que pouco ou nada emocionaram, quando assisti ao chegar em casa.
Aproveitei o intervalo para entrevistar Claudinho, que se mostrou um pouco tímido e não se sentiu confortável em assumir que não é do ramo, mas deixou claro suas intenções de misturar carnaval e samba na Suíça, como já fazemos no Brasil, que possui sua identidade muito bem constituída nessas duas atividades culturais populares, nossos alicerces. Seus planos são ambiciosos.
Ao voltar prá casa, escolhido o trem certo, para não parar em Saracuruna, encontrei essas três princesas, estudantes de jornalismo, e que por isso estavam no jogo. Curioso ver meninas tão lindas e jovens, sozinhas, sendo que duas nem sabem regras básicas de futebol indo ao Maracanã, assim. Fiquei feliz com esse sopro de beleza e inteligência, perdido numa noite de festa. Poderiam estar numa boate nessa quinta-feira, numa festa rave, terem ido ao cinema, mas optaram pelo espetáculo que ainda é o futebol, e valeu a pena.
Nos divertimos, brincamos de teatro, fizemos até uma aula gratuita de Francês no TREM, inaugurada alguns meses atrás e que já teve dezenas de alunos até aqui, promovidas pelo CIR Centro De Idiomas Real e deixei o convite para que fizessem uma visita ao projeto do Centro de Comunicações e Televisão em processo de construção em Bangu, com o empreendedor Marco Palito , Clécio Regis e Claudinho na Comissão de Frente. Ter a presença de alunas de Jornalismo da FACHA, uma das mais tradicionais do Rio de Janeiro.
Uma viagem que passou rápido, com conteúdo e muitas trocas culturais, Claudinho Penido mais uma vez escalado para colaborar, dessa vez como avaliador da pronúcia das meninas. Desnecessário dizer que inspiradas nos gols de Alan Patrick e Luis Antonio, elas GABARITARAM, mesmo com o barulho natural do trem e a balbúrdia da torcida, que segundo o nosso exportadinho brazuca, “se fizesse menos barulho na saída, ouviria as instruções dos alto-falantes para saber em que trem entrar e não parar no lugar errado”. Como morador da Suíça, também deveria considerar outras formas de linguagem, como a sinalização na Estação Maracanã, onde minutos antes vi pessoas serem informadas equivocadamente que a direção para a entrada do trem era a mesma que a do metrô, por exemplo, ou que das roletas para passar com o cartão de acesso na plataforma, as três primeiras eram apenas para quem tivesse ingressos com apenas UM CRÉDITO, o que causava uma confusão dos diabos na boca de entrada, criando riscos desnecessários. Fatos como esses só demonstram a falta de preparo da SUPERVIA para o ajuste fino, que só quem vai a campo levantar os problemas reais poderá ter competência para resolver. Não por acaso sempre recomendei o envio de trainees para a frente do front de batalha. Normalmente depois, saíram campeões.
Nada está perdido, o jogo apenas começou… O site do Mosaico Esportivo está fora do ar até que alguns problemas sejam resolvidos junto a LOCAWEB, mas enquanto isso, o direcionamento para o facebook do Programa Mosaico Esportivo e para a página publicada no WordPress podem manter, sem a mesma eficácia, o conteúdo no ar.

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