HUB SPORT: A REALIDADE DOS CONTEÚDOS ESPORTIVOS E A ATRATIVIDADE GLOBALIZADA

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Muita gente na União Soviética defendia a ideia de que os “enlatados” distantes das tradições locais eram conteúdos espúrios, coisa do demônio, arma ideológica do Tio Sam.
Muita gente da história da MPB achava que guitarra era para ser execrada da cena de artistas da música brasileiros de verdade… Não conheciam nem leram a história do nascimento e criação do Jazz…
Muita gente ainda acha que conteúdo local é uma obrigação moral de quem está aqui, compulsoriamente condenado a assistir apenas o que se produz aqui, porque nós somos o que é relevante. Uma variação da xenofobia francesa, para a qual o lance ultrapassado de novela nacional já devia ter morrido faz décadas, já que a França não cultivava o gênero. O problema é que depois de Avenida Brasil, com o viadinho mais falado da ficção brasileira, os franceses compraram a novela, como um produto, atrativo, rentável e sem a ideologia dos teóricos do audiovisual.
Mercado é uma arma foda. E tem sempre um pedacinho dessas verdades impostoras. Mas é sempre cheio da preferência dos mais jovens, novas tendências e eternas preferências.
Entrei num Programa de Esportes, que para ser sincero, até poderia chamar de Programa de Futebol, com a decidida intenção de transformá-lo em um Programa Esportivo mais amplo. Até porque, os amigos que participavam detiam muito mais conteúdo sobre modalidades tão diversas, desperdiçadas todos os dias, só por causa de uma suposta preferência do público pelo futebol, que afinal paga as contas. No nosso caso, Marcelo Barros, editor-chefe, definiu que o caminho era fazer uma diferença, focalizando nossos times cariocas, os de maior torcida. Esse hiperfoco tem suas vantagens. Mas pessoalmente nunca as considerei suficientes no quadro atual para justificar a exclusão de outras possibilidades.
Foi assim que criei a marca Mosaico Esportivo, para uso estratégico nas Olimpíadas e em ações de desenvolvimento esportivo em geral, junto a comunidades e também em projetos e ações de negócio para o desenvolvimento de nossa inserção como um grupo dedicado a mídia desse setor. Deixaríamos de ser boleiros amadores para alcançar níveis de qualidade compatíveis com tudo que sabíamos sobre esportes em geral.
Algum tempo depois, relfetindo sobre o modo de distribuição desse conteúdo, criei o HUB SPORT, estruturado segundo uma lógica essencialmente mercadológica, priorizando oportunidades de conteúdo diversificado, mais alinhadas com tendências claras, que ainda não haviam sido aproveitadas pelos tubarões de mídia em atividade.
Me parece que agora essa situação vai mudando pouco a pouco. A imagem que acompanha esse texto, tela principal do Globoesporte é um exemplo de que o conteúdo internacional no segmento esportivo mais importante do país, já ganha relevância indiscutível para frequentar as rodas de bar nacionais. De um lado um técnico colombiano, na cena de uma crise de técnicos, falando sobre a saída de Alexandre Pato e os golpes de um novo futebol, jogado com armas pesadas.
Armas que expõe as feridas do desinteresse por um Flamengo x Vasco na Copa do Brasil, que nós aqui, somos obrigados a assistir as 10 horas da noite. E mesmo assim ainda ver um público de mais de 30 mil torcedores, que terão que voltar para casa, em horário de risco, muitas vezes sem condução, como recentemente aconteceu num desses jogos-corujão. Ninguém aguenta mais isso. É hora de entrar em cena uma lei que obrigue a prática de esportes em horários compatíveis com a circulação das pessoas pela cidade. No mínimo garantindo trasnporte e segurança.
E foi assim que uma rodada de jogos internacionais ganhou mais relevância do que o maior clássico do futebol carioca…

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