TIMES FRACOS RESULTADOS POSSÍVEIS

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O futebol ganhou pragmatismo de uns tempos para cá. E isso fica muito evidente em partidas como a do Fluminense com o fraco time do Figuerense, que bem poderia estar disputando a segunda divisão, mas do campeonato carioca, se jogasse por aqui.
Mas se isso é uma hipótese plausível, porque o Figueirense conseguiu, apesar da derrota, um resultado tão apertado em termos de placar? O futebol moderno mudou. Na Copa do mundo, observávamos como as diferentes seleções, não tão nobre exceção ao Brasil, jogavam.
O primeiro princípio adotado por qualquer time de futebol da atualidade é bastante parecido com os fundamentos do basquete: se o time estiver no ataque e perder a posse de bola, a recomposição é compulsória. Ou seja, independentemente do esquema tático, (4-4-2 foi o adotado pelo Fluminense), pelo menos NOVE jogadores do time deverão estar ATRÁS DA LINHA DA BOLA; e em caso de não estar com a posse da bola, as duas opções de marcação são SOB PRESSÃO, no campo adversário e a MEIA PRESSÃO, a partir da linha de meio de campo para trás.
Somente ao aplicar esses dois princípios extremamente simples, um time de futebol já ganha capacidade de enfrentar um adversário mais forte. Claro, com limitações, tipo, jogar por uma bola, ter um bom escape de contra-ataque, esperar uma falha da defesa adversária, coisas que podem de fato acontecer ao longo de 90 minutos de uma partida de futebol. E assim, times medíocres, mas disciplinados em seus objetivos, amealham resultados.
O time tricolor das laranjeiras era incomparavelmente superior ao Figueirense. Passou o jogo inteiro bombardeando o adversário. Mas não traduziu isso em um placar elástico, e ainda se complicou, numa bola que poderia ter custado pontos, a mão boba de um bom mas pouco malandro Marlon. Deu um mole que nem em pelada a gente aceita.
Os times cariocas seguem pecando em fundamentos modernos do futebol. Uns um pouco mais (ou muito mais, e há muito tempo) e outros um pouco menos. Essas fragilidades ficam menos evidentes quando enfrentam adversários tecnicamente muito inferiores ou técnicos sem inteligência tática. O Palmeiras, por exemplo, como já repeti aqui diversas vezes, e recebi o reforço do amigo Marcelo Barros, joga sem defesa. De um lado, atletas como Samir, que infelizmente entraria na minha lista do hall dos “entrega ouro”. Tenho uma memória futebolística razoável e sou muito preciso na análise de jogadores de função de segurança, desses que não podem dar mole. O jovem vem acumulando trágicos episódios. Só não sei até quando. O gol desnecessário do Palmeiras, acaba com qualquer possibilidade de almejar vida melhor para o Fla.
O ataque faz um, a defesa leva dois. O ataque faz dois, a defesa leva três. O ataque faz três, a defesa leva quatro. A defesa do Flamengo é um fator a ser estudado em caráter prioritário, em prol de um rendimento na tabela. O ataque vai fazer o que sabe. Os caras de linha atualmente contratados são mestres do ofício. Mas a defesa porá, como vem pondo desde os tempos de R10, tudo a perder, seguindo desse jeito.
Todo mundo sabe que o Leonardo Moura, na época, e o Pará atualmente são baixos. Os técnicos descolados, armam jogadas pelo alto para facilmente fazer seus gols por aquele caminho. O Luxemburgo, perdeu o jogo mais ganho e a oportunidade de levantar o Bi da Copa do Brasil com o Flamengo em ascensão, por erros de estratégia, na escalação do time em duas competições paralelas.
Levar de quatro prá esse time do Atlético-MG, era inadimissível, em se considerando os princípios de futebol moderno que citei acima. É simples. Não tem como levar 4 gols, já tendo conquistado uma vantagem tão grande quanto a que o Flamengo levou para o estádio Centenário. Mas certos times levam. E vão continuar levando. Passar a mãozinha na cabeça do Cristovão não ajuda a resolver problemas de fundamento defensivo. Jogadores baixos não fazem parte do modelo de tendência para ocupar a posição de “reboteiros” das bolas altas no futebol moderno. A defesa precisa de homens altos, e isso já fazíamos em nossas peladas quase 30 anos atrás. Foi possível ver a altura dos zagueiros alemães e imaginar a difculdade de ganhar deles por cima. Seja no ataque a eles, ou na defesa, quando estiverem fazendo com a bola parada as jogadas ensaiadas. O futebol também é um jogo que cada vez mais, se joga por cima.
Claro que quando um time se dedica para não levar o tal do primeiro gol, que te coloca na mesma desvantagem de um jogador de xadrez que sai com as peças negras em lugar das brancas (daí a alternância das peças nas disputas de xadrez), ele deve ter em conta muitos elementos para decidir, inclusive que time irá a campo. Um deles, altura vis-a-vis de jogadores em campo, para produzir um “equilíbrio” nesse quesito.
Um time baixo, como o do Chile e o do Japão, terão sempre dificuldades de alcançar um patamar de jogo competitivo para ganhar competições internacionais. As locais, tudo bem, mas na hora de mostrar o algo mais, ele simplesmente não vai existir. Até sustenta o tal de volume de jogo, mas perde numa ou em duas bolas, para um time bem armadinho que saiba explorar essa deficiência, a meu ver determinante de resultados.

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