Juros e Banqueiros

Bancos no Brasil não modificarão a lucratividade em suas pizzas de distribição no dinheiro. Vamos cobrar da FEBRABAN e promessas maiores do banco de fornecer informações.

O cinismo do presidente da entidade, negando os problemas crônicos que diagnosticamos muito antes da crise no exterior, essa tal de turbulência econômica.

Todos sabem que a inflação foi subsituída por endividamento sob forma de juros abusivos? Talvez não. A linha de raciocínio adotada torna fácil entender o que acontece com o seu bolso. Mais ou menos assim: tiravam seu dinheiro com a erosão do salário, resultado da diferença entre o que você comprava com o dinheiro ganho no início do mês e o que compraria se deixasse para comprar no final do mês.

No final do mês, o fato é que seu dinheiro valia menos e você perdia. Perdia muito mais se a inflação fosse muito alta. Uma inflação de 10% ao mês gera perdas irreparáveis a quem vive de ganhos pré-fixados. Seu salário no final do mês não virá com reajuste do valor de inflação. E desse modo, seu dinheiro era tarifado pelo sistema.

Como na natureza, tudo que sai de um lugar vai parar em outro, pode-se afirmar que quem ganhava a diferença desse valor perdido era o sistema financeiro. Tarifa inflacionária que parecia com o juros que hoje o sistema cobra de você, na compra com uso de crédito, por exemplo.

Nada de novo. Apenas a sensação de prazer quando consumimos antecipando dívidas. Vai rindo para depois sair chorando e com o nome sujo no SERASA. Mas é claro que todo sistema atinge seu limite de esgotamento e saturação.

Foi então que o vice-presidente da República, voz isolada no governo nestes oito anos de exercício ao lado dos setores produtivos da economia ganhou um aliado de ocasião. O Mantega e a pasta do Ministério da Fazenda. Este passou a dar declarações de que os juros no Brasil são altos. Criou uma linha de pensamento onde ao manter os juros altos, tornaríamos a dívida impagável.

Isso me lembra o tempo em que o FMI vinha cobrar juros da dívida externa. Os juros e tudo que isso envolvia era absolutamente arbitrário e muito parecido com a chamada política de autoregulação proposta pela FEBRABAN. Isso cheira mal hoje, depois de pedidos de ajuda aos governos, do sistema financeiro internacional, que desabou por falta de autocrítica e diálogo com algo além de sua ganância e egoísmo.

Hoje, os incompetentes do exterior ainda posam dentro do Brasil como os cínicos de plantão, que insistem em aplicar a formuleta que leva a bancarrota. Quanto mais tempo levar-mos para fazer o que precisa ser feito, pior para todos, mas principalmente para a sociedade.

Ou será que você acha legítimo que um cheque especial com juros de 12% possa ter sua taxa alterada por uma circular do Banco Central que autorize os bancos a fazer uma aplicação arbitrária de 20% de juros sobre o valor total devido, e não ao valor excedente?

Essas e outras anomalias, ou porque não dizer sombras das figuras bizarras, aberrações de uma distorção autocrática financeira que submete a sociedade a suas regras sem qualquer respeito a inteligência e ao conhecimento sobre o único valor desses picaretas fardados, de um cinismo que depois pede esmola aos contribuintes para corrigir seus equívocos jamais admitidos.

Vladimir Cavalcante
New Executive Officer

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