Turismo Infinito

O que faz de um espetáculo teatral, uma obra de arte do mais alto nível, é uma pergunta que pode ser respondida após assistirmos a peça “Turismo Infinito”.

Uma viagem pelo interior do ser pode ser muito mais divertida e plural nos desdobramentos do que a visita a 88 países. Isso é o infinito para dentro de cada ser humano. Podemos mergulhar, mergulhar, virar ao avesso e mesmo assim ficar extasiados de surpresa.

Fernando Pessoa e seus textos inspiram esse tipo de percursso. É um poeta cuja palavra trata do tipo de viagem somente possível aos mergulhadores de profundidade. E como em Sidarta, de Herman Hesse, há sempre a hora de voltar da apnéia. Pois é impossível mergulhar indefinidamente. O mergulho ao infinito do ser nos trás a superfície com seu resultado último. A caça resulta do que encontramos e expressamos com as palavras.

O encontro com o teatro é na verdade o encontro com a arte das palavras associadas a infinita perspectiva de expressarem de forma lisonjeira a espécie humana, até naquilo que nela nada há de humanidade. Até naquilo que habita de animal espécie. Naquilo que advirá em nova espécie. Naquilo que nos espera, logo ali, no infinito.

Vale assistir o espetáculo no Teatro SESC Pinheiros. Devemos essa aos nossos amigos portugueses.

Vladimir Cavalcante
New Executive Officer – AREEVOL

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