LINHA DE QUATRO

16913834505_e39c70725d_k
Jargão das brincadeiras de futebol, tempos lúdicos. O time da Argentina tem uma linha de quatro atacantes, todos com capacidade efetiva e diferenciada de concluir e fazer gols. Futebol coletivo é bem mais difícil de marcar. Quanto mais quando se tem um maestro condutor.
Olhando por esse ângulo, o que o Flamengo tem? Basicamente nada. Todos os jogadores com potencial para participar de um estilo de jogo desses não dispõe de pré-requisitos para faze-lo. Paulinho, que muitos atribuem equivocadamente os motivos para alegria de um time limitado mas campeão da Copa do Brasil e classificado para a Libertadores, não sabe chutar a gol. O ligeirinho Éverton, outro desastre nas finalizações, quando colocado pela lateral-esquerda, se transforma numa peça indefinida. Já Marcelo Cirino, o que na minha opinião tem o maior potencial, começou a treinar e ser induzido a assumir a função moderna de também finalizar, mas se perdeu pelo meio do caminho.
Um linha de quatro forte, do tipo Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e um outro qualquer, tornam qualquer ferrolho arrombável. Ao não dispor do fundamento, finalização, o time entra numa dependência de previsibilidade e aí, quando encarar uma equipe bem montada, que estuda o adversário, acaba se dando mal.
O amigo acima, a quem encontrei num Flamengo e Vasco desse ano no Maracanã, viu muitas linhas de quatro matadoras. Naquela época, era mais comum deixar a tarefa de finalização para um especialista, uma espécie de sniper, de tiro infalível. Hoje, como aconteceu com o Gold State no basquete, a função mais distribuída acaba complicando muito a estratégia de defesa a ser usada pelo técnico e assimilada pelos jogadores. O Juninho pernambucano, coincidentemente, acabou fazendo um comentário muito parecido na transmissão de Flamengo x Joinville.
Na linha de ataque do Flamengo de hoje, só há um cara com essa característica, e ele costuma ser decisivo. O nome dele é Sheik. Se dedica fisica, mental e tecnicamente ao jogo. Com a chegada de Guerreiro, reeditará uma dupla que tem tudo prá encaixar. E aí meu amigo, é dizer apenas que são “eles e mais dois”. Um Marcelo Cirino melhor que o da partida de hoje, um Paulinho recuperado da queda de rendimento que coincidiu com a subida de patamar no time que o projetou em escala. Melhorando defensivamente a altura dos que atuarão, com um Marcelo na zaga e Cáceres no meio, um equilíbrio maior a um time sem padrão de funcionamento pode estar a caminho. Vamos aguardar.

Deixe um comentário