ANTES ELES DO QUE NÓS

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Confirmando minhas suspeitas de ontem, Argentina x Chile na final mais do que justa. Melhor que tenha sido o Paraguai a levar de seis. O Brasil não suportaria e fez bem em sair pela esquerda, com virose e preservando a dignidade que ainda resta. Há times consistentes e inconsistentes. Nesse momento, fazemos parte do segundo tipo. Melhor se recompor, rever a história, situar os bastardos, redefinir as demandas de nosso futebol, hoje totalmente ditadas apenas por interesses comerciais.
A vergonha é não ter vergonha. Mas só quando o negócio é patriotismo. Já não é o caso. Ninguém precisa ter vergonha de ser jogador de aluguel, desses que não se identificam mais com sua nacionalidade, nem se sentem mais integrados a seu lugar de nascimento. Muitos por aqui, com suas vidas sendo definidas na janela da fortuna, com negócios de milhões. Onde está plugada a sua atenção, quando a janela de oportunidades corre em um frenesi de mercado?
Há muitas páginas na internet que acompanham principalmente as negociações. É outro mundo, outra dimensão de valores, outras prioridades.
Dar uma importância que não é possível ao estado deplorável do tecido social que constitui o futebol brasileiro nesse momento é tolice. Esse papo de resposta rápida prá calar a boca dos que no fundo tem razão, com gente que já demonstrou não ter resultados a apresentar, numa função que requer senioridade, exigiria um pouco mais de rejeição, logo no início, por parte da imprensa brasileira, que uma vez mais se curva ao óbvio. Decisões do conluio não devem ser questionadas.
Esses dois últimos casos de técnicos, Dunga e Gallo, apontam para a reedição de um fiasco Olímpico, tal qual assistimos em Londres. Após afirmar uma seleção de base campeã, com novidades não aproveitadas na principal, como Neymar, e ver brilhar na decisão um Lucas que desencantou sob o comando de Ney Franco, o que fizemos? Tiramos Ney Franco, o campeão, colocamos para fazer a cena o técnico da pompa sem bossa, que não levou Lucas e ali, decretou o fim de carreira precoce de um jogador com cheiro de camisa de seleção brasileira, comprovadamente (título e decisivo nas mãos). E assim, um Brasil que não estaria nas Olimpíadas sem essas jovens estrelas, decidiu apagar Lucas. Levou Damião, levou Fred, que pouco ou nada fizeram a não ser suas campanhas de marketing para suas próprias marcas. Enquanto o Brasil não adotar um critério de mérito e fase, não sairemos do atoleiro.
É bom lembrar que em outras épocas, muito jogador perdia a vaga nos treinos, sempre pegados, disputados, era quem mais desejava estar em campo e vencer que jogava, era quem comesse a bola, que apresentasse uma invejável forma física e técnica. Enfim, eram outros parâmetros, jogados na lata do lixo, como demonstram as declarações e justificativas dadas pelos comandantes da nau que afunda em mares antes nunca navegados.
Será preciso o ponto no ouvido de um narrador influente, da dona dos direitos de trnasmissão do futebol brasileiro, exigir que ele mexa nas peças, dite uma outra postura, para que o Lucas, tardiamente volte a seleção, após um período de bullying e uma queda de rendimento, que aí sim justifica não estar entre os nomes do momento atual do futebol do Brasil. Ressuscitar zumbis das tumbas é uma solução para o que devemos enfrentar? Chamaria o Zizinho, que os mais velhos diziam ser o cerebral que comandava o seu time, com um futebol de habilidade e beleza, bem diferente do Pelé, o matador implacável dos mil gols?
O que se passa na cabeça dessa galera que joga o Game FIFA ?

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