NOVA VISÃO COMPUTACIONAL E SUAS OPORTUNIDADES

Lembro-me de quando a Apple lançou o Newton. Fiquei fascinado pela possibilidade de reconhecimento de escrita pela tela do aparelho, com o uso de uma caneta. O aparelho nunca decolou, mas foi precursor das novidades que dominariam o mercado, a começar pelos aparelhos no formato Palm, os avós dos atuais smartphones e do próprio iPhone.

Em poucas horas, a Apple lançará mais um de seus novos equipamentos. O Apple Vision Pro, promete ser o “Computador Espacial”, não no sentido astronômico, mas do uso do espaço tridimensional do seu campo de visão, para projetar imagens produzidas no interior do computador, em sua sala de estar, ou num escritório. A ambição de substituir teclados e mouse por gestos e voz é também uma revolução nas tradicionais interfaces.

Em novembro do ano passado, dediquei prioritariamente os 30 dias a estudar o equipamento e as oportunidades de negócios para desenvolvedores. Elas são infinitas. Do ponto de vista mercadológico, é um verdadeiro oceano azul. Os cursos para desenvolvedores eram gratuitos, aconteceram em horários distribuídos em cidades estratégicas para a Apple, tais como NY, Sidney, Tóquio, São Paulo e outras. Naveguei por fusos de horas e idiomas quase intransponíveis, tais como Mandarim e Japonês. A Apple não disponibilizou os vídeos gravados, portanto quem viu pode se considerar um privilegiado. Abaixo, deixo um exemplo de slide das video-conferências, só pra dar uma ideia do que foi apresentado.

Escolhi o conceito de gestos feitos no ar, que comandam o uso do de algumas funções do aparelho. Há uma centena de outras informações, que por razões contratuais, não poderei publicar. Nada que um desenvolvedor interessado numa iniciativa de ponta, não possa encontrar em breve em algum lugar. Numa etapa das atividades, a empresa se mostrou interessada em ideias práticas para uso em projetos com o novo equipamento, e os ganhadores receberiam o equipamento em regime de consignação, para o desenvolvimento da iniciativa. Não custa dizer que seu preço é bastante elevado, não segue a lógica que comandou o lançamento do iPhone, por exemplo.

No caso de seu uso no Brasil, vejo alguns inconvenientes. O calor em certas regiões e épocas com um equipamento pesado em torno do rosto é algo que me retiraria muito conforto. Nem óculos de grau feito com a leveza do carbono me agrada, imagine aquela máquina sendo carregada pelo seu pescoço. É pra uso em tempos curtos. Outra coisa, se quiser assistir um filme convencional, esquece. A bateria é externa e bastante limitada.

Com essas mínimas dicas, vamos ver como essa novidade será recebida hoje. Devo atualizar a matéria e inserir os links que fico devendo. É véspera de carnaval.