O ESTADO PAGANDO TRAFICANTES E MILICIANOS

Os noticiários são aterrorizantes. Acabamos de promulgar no Congresso Nacional uma suposta Reforma Tributária, que na prática troca seis por meia dúzia. Ao utilizar as palavras mágicas reduzir, diminuir, extinguir para se referir ao que na verdade é uma substituição de impostos tradicionais por novos, o governo apenas simplifica o trabalho de fiscalização, sem alterar o que de fato interessa a população: o valor da carga tributária. Esse vai aumentar, escrevam. Se não concordarem, farei as contas após a implementação com as notas de compra e venda na mão.

Enquanto tudo isso acontece na arena do Planalto, outros impostos chegam indiretamente no bolso do povo. Lá em Brasília, cegos que estão, porque insensíveis, porque cagando e andando para a sociedade, não assistem TV, não ouvem rádio, não tem jornais, que denunciam os valores que o Estado vem pagando para traficantes e milicianos, nas planilhas de obras públicas em áreas dominadas de fato por essas facções.

O resultado é claro. O imposto que sai do seu bolso, que alimenta o Estado, é transferido como remuneração aos mesmos criminosos que cobram, acumulando assim um ciclo de extorsões que já não tem fim, tal como a desejada mega-sena acumulada. Justamente a parte da população que mais precisa de obras e serviços de infraestrutura, segue tratada tal qual empresas como a ODEBRECHT fez, não apenas no Brasil, mas em vários outros lugares no mundo, por onde passou.

Há que chegar o dia em que o Estado ao invés de pagar aposentados, cuidará do salário desses que hoje vampirizam indiretamente o suor do seu trabalho, pela via do terror e da violência.

Não estamos longe disso, se é que já não chegamos.