O GÁS ACABOU: CAMPEONATO 7 X 1 FLAMENGO

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Estava na cara que o assunto exigia seriedade. Mas não se deu a seriedade ao assunto. Era óbvio que o comprometimento seria necessário. Mas não aconteceu. Os nossos amigos de copo foram já em junho desse ano objeto de uma rara declaração pública do Iata Anderson, sobre a bandalheira que reina na Gávea Terra de Ninguém.
É quase uma Ilha da Fantasia. Mas falta o anão Tattoo (ou seria Tatu?), substituído nessa comédia de péssimo gosto pelo pobre Tamanduá Bandeira. Nem sempre sou parnasiano, mas confesso meu amor pelo Hino Nacional e por Olavo Bilac.
Numa semana onde o leite derramado foi massificado pelo episódio Vargem Grande, com um afastamento daqueles para inglês ver, e férias coletivas do time “B” do Corinthians decretada, o Flamengo viajou sem cinco componentes do elenco principal. Mas quem define o que é principal nesse time? Salvos de algo pior pelos desfalques do Grêmio, o time do técnico Oswaldo não escala Kayke. Uma infeliz coincidência, pois o não tão garoto foi pé quente, sacado na hora errada, quando engrenava uma boa fase, colocando o time no G-4, com ausência de Guerreiro e Sheik. Palmas para o técnico pífio.
Estamos então ali, mais uma vez na casa do adversário. No jogo do Corinthians, o gol no Itaquerão foi fruto de um… Contra-ataque!!! Amigos, sei que torcer é mais importante do que tudo. Mas aqui entre nós, você iria a casa do adversário candidato a campeão brasileiro, com a defesa menos vazada, para jogar dando o contra-ataque, com o jogo ainda empatado? O Oswaldo jogou e deu. Ou seus comandados não o obedecem, ou ele dá ordens sem conexão com a realidade das partidas, buscando jogar de uma única forma, seja Chapecoense ou Barcelona…
Aí, tudo bem? Tudo pior pode ficar. Você vai prá casa, assiste o jogo de novo, analisa as barbeiragens estratégicas, e decide que… Vai repetir tudo outra vez no campo do Grêmio!!! Jogo empatado, em equilíbrio, aí o time, a defesa, a porcaria toda surta! E a gente vê o Wallace de bobinho, na defesa sozinho, sem laterais, sem volantes, sem o companheiro de zaga, enfim, sem merda nenhuma! E três jogadores do time do sul entram com bola, bago e tudo.
Não parou por aí. Tem um tal de César Martins, bonde de luxo, que em lugar de cumprir com suas responsabilidades defensivas, resolveu “salvar o time”. Saiu tresloucado, se achando o dono da cocada preta, para como um matador do tipo Fenômeno, ou Adriano (quem sabe o espírito do Messi?) fazer o gol milagroso. Perdeu a bola no ataque, parou na jogada, cansado, e simplesmente olhou os caras vindo com tudo, prá fazer o segundo.
O Oswaldo precisa fazer um exame de consciência em suas declarações. A gente pode olhar para o lado que quiser, desviar o foco e falar da expulsão do Guerreiro como foco, e jogar a cortina de fumaça. Tornar isso o assunto da segunda-feira seria o mais delicioso prato. Mas apenas como ecaramuça de bandido. O melhor seria assumir, fazer a mea culpa, admitir que não colocar Kayke é um erro grosseiro, só justificável por composições políticas espúrias. Aceitar que a coisa ficou ruim, pedir prá beber água de coco e ir embora.
Na hora do primeiro gol do Grêmio, o gás na cozinha de meus anfitriões acabou. Preocupados com o pão de queijo quentinho e aquele café que só em Minas Gerais tem, foram a troca do bojão. O gás acabou, literalmente. Nesses casos, só trocando. Mesmo que seja por um botijão usado, que você nem sabe quanto tempo vai durar, mas pelo menos sai alguma coisa do fogão.
Creio que o mesmo se dá com o time rubro-negro. As estatísticas de 7 derrotas e apenas um resultado positivo nos últimos oito jogos, são mais que preocupantes. Apontam para férias coletivas. O camarada fala, entra por um ouvido e sai pelo outro. Falta envolvimento, sedução, autoridade e culhão para bancar uma aposta mais firme, condizente com os brios do manto sagrado. Do funcionário mais modesto ao Presidente, uma vez Flamengo, sempre Flamengo…

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