O VELHO E BOM R10 E UM MOSAICO TRICOLOR 3D

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Era de se esperar muito mais. A torcida sempre quer mais. Mas será que jogar logo numa estréia os noventa minutos não é prá lá de bom? Tudo bem que a galera do Cartola chiou, pois perderam pontos por causa do cartão amarelo que R10 levou. Mas um jogador duro como ele, que imprime um lado da força do Grêmio em seu estilo de disputa, e depois de se fortalecer com um futebol mais físico jogado na Europa, não pode explorar essa capacidade, mesmo arriscando amarelos?
O passe que alinhavou e deu origem ao gol da vitória do time das laranjeiras nem foi para muitos um lance importante. Para mim foi simplesmente decisivo, e a prova disso foi a forma como o clássico correu para vibrar com os novinhos. Poxa vida minha gente, ele botou na cabeça do cara que disputou e que só ganhou para deixar a bola soltinha pela precisão do lançamento, de um tipo que encontramos muito raramente no futebol atual. Trata-se de uma bola em velocidade média, mas com uma queda que favorece o atacante na disputa. E isso fez toda a diferença.
Não há muito mais para falar, a não ser que o R10 voltou em grande estilo, dono de um modo de jogar bola próprio, uma escola, uma aula, seja no ritmo que for, um craque. Não dá para olhar para os outros. Essa coisa de futebol não pode e não deve virar apenas corrida de cavalos. Há outros recursos e esse camarada que entrou em campo hoje nos ensina isso.
Sempre atento aos Mosaicos nos estádios, na arte e na vida, foi legal ver o Fluminense fazer o seu, garantindo um plus na beleza do Maracanã, que só não chega a ser maior porque essa coisa de taxa de ocupação vai requerer uma reformulação da política de ingresso nos novos estádios, para que fiquem lotados, especialmente quando por lá estiverem grandes brasões e seus ídolos, aquisições e craques. Esse dia está longe? Não se sabe. Mas atrapalha muito que estejam na administração dos estádios, exatamente empresas que os construíram e que hoje se encontram comprometidas numa teia perniciosa de escândalos sobre corrupção em uma escala jamais imaginada.
A reformulação do termo dos contratos deve seguir o caminho da lei, e se questionar pelo poder judiciário aquilo que o poder executivo fez, em um período em que prevaleceram apenas e tão somente os interesses eleitorais, dissociados de uma política pró-torcedor. Um jogo desses merecia um público com renda esgotada. O artista da bola merece.

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