COMEÇA COM “D”: DUMB, DUMMY, DONG, DUNGA

14621584286_5b62b33501_k
Escalar times é uma prática comum na imprensa futebolística brasileira. Cada brasileiro tem a sua seleção na cabeça. Mas afinal, que seleção um brasileiro tem hoje na cabeça? Depende. Preciso dizer que as chances de ouvir os nomes que Galvão Bueno quer no time, só apareceram agora. O que ele chama de “cascudos”. Mas se o brasileiro não tem TV por assinatura, não verá o “Bem Amigos” e terá uma outra.
O brasileiro médio, também não acompanhará os que jogam nos campeonatos de times da Europa, Ásia e Arábia. Não somos contratados pelos vizinhos. Os nomes lá de fora, só tem chances de entrar, depois que algum técnico os apresenta. A unanimidade na escalação vem gerando problemas que nunca tivemos.
Haviam tensões, conflitos e uma adrenalina natural decorrente da rivalidade entre equipes de uma mesma região ou de outros estados. O eixo Rio-São Paulo então, chegava a sair faísca. Isso influenciava a necessidade de ter que suar a camisa, ou o camarada amarelava logo e levava um chute na bunda, “tomaticamente”.
Numa estrada esburacada, jogar aquele recapeamento rápido até pode causar a impressão de que “voltamos a normalidade” (quando na realidade estamos caindo num buraco sem fundo).
É um erro de leitura acreditar que um burro possa fazer algo além do que carregar um time ou um alforje nas costas. Não se pode pedir uma visão estratégica de um Dunga. Já havia afirmado aqui que técnicos como Dunga ou Felipão, estão mais para diretores de disciplina de colégio interno. Tem até sua função num grupo de baladeiros, mas falta a substância principal.
A obssessão por resultados rápidos em jogos que nada valiam, amistosos que promoviam apenas caixa para a CBF, deve causar uma certa sensação de show-business, muito mais do que competitividade no grupo de escolhidos. A condução dos negócios segue um foco pouco interessado em produzir campeões, pois está mais dirigido a uma espécie de extrativismo predatório dos seus gestores.
Não sei se jogadores se sentem muito estimulados a participar desse jogo, dessa forma. Talvez cruzar os braços, de uma forma muito sutil, entre eles próprios, possa estar inconscientemente provocando um aprofundamento da crise que incomoda a todos, e que traz os donos do negócio midiático a exigir solução.
Na falta da competência de seus parceiros, já se armam para assumir o comando do repertório de ações necessárias para “salvar o Brasil”. Me parece que a preocupação maior é simplesmente “salvar a audiência”, uma atitude de primários, como no caso da ESPN em relação aos jogos da final da NBA. Não é possível assistir quem ficou de guarda baixa por todos esses anos, aplaudindo os micos de resultados pífios, se levantar agora para exigir mudanças rápidas, porque as mudanças necessárias não poderão ser rápidas.
É hora de repensar a viagem para Rússia 2018, considerando não ter que cobrir a equipe do Brasil, pela primeira vez. Um cenário tipo “Plano D”, excluindo dementes senis, asnos e figuras que batem com a pemba na mesa, no lugar de recuperar a humildade na hora de enfrentar a realidade.

Deixe um comentário